Brasil

Menino recebe carinho na web após sofrer ataque racista em perfil de livros

Em menos de 24 horas, mais de 350 mil pessoas começaram a seguir Adriel Bispo de Souza, de 12 anos, na conta do Instagram em que faz resenhas de livros

Correio Braziliense
postado em 29/05/2020 14:49
AdrielAdriel Bispo de Souza, um menino de 12 anos de Salvador (BA), sofreu um ataque racista na página do Instagram em que compartilha resenhas de livros. Após o episódio, internautas se mobilizaram, enviaram mensagens de apoio ao menino e o perfil ganhou mais de 300 mil seguidores em menos de um dia.

Adriel é apaixonado por livros e criou o perfil @livrosdodrii na rede social para compartilhar resenhas de suas leituras. No ataque racista, o agressor chamou Adriel de “porco gordo” e afirmou que o menino precisava parar de fazer análises de livros e ir cavar minas, pois era o que “preto e pobre” fazia.

Adriel divulgou o ataque, e rapidamente recebeu o apoio de muitas pessoas. Em resposta ao agressor, ele escreveu: “Em pleno século 21 pessoas ainda são racistas? Atualizem-se. Insultos acabam com psicológico de pessoas fracas, esse tipo de coisa não me abala em nenhum ponto. Aliás, tenho orgulho de ser negro. Aprende a escrever, cara. Isso não é um insulto, e sim um conselho.” 
 

Uma publicação compartilhada por (@livrosdodrii) em

 
A mobilização para que o menino conseguisse mais seguidores e, assim, fosse estimulado a continuar com seu trabalho, cresceu e, até o meio da tarde desta sexta-feira (29/5), o baiano tinha mais de 370 mil seguidores em sua rede social.

Adriel em storiesEmocionado, Adriel gravou um vídeo, postado em seus stories, agradecendo por todo o apoio e dizendo que estava tentando responder a todas as mensagens de carinho. Ele chegou a mobilizar a família para tentar agradecer a todos.

Inicialmente a mãe e a prima do menino estavam se responsabilizando pelo perfil de Adriel. Depois da repercussão do caso, uma empresa de assessoria de comunicação se ofereceu para ajudar a acompanhar a conta da rede do pequeno leitor.

A mãe de Adriel, Deise Santos Oliveira, de 32 anos, gravou um vídeo em sua conta do Instagram e disse que o menino apenas respondeu o autor do ataque preconceituoso na altura que ela ensinou, “com orgulho de ser quem ele é, e ter orgulho da pele que tem, com essa melanina maravilhosa, sem se vitimizar”. Ela também agradeceu o carinho de tantas pessoas com o filho: “Eu estou acabada, gente, cansada mas deixo aqui o meu muito obrigada, só tenho que agradecer a vocês.”
 
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão 

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