O Ministério da Saúde informou ontem que o Brasil chegou a 28.834 mortes por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O país ultrapassou, oficialmente, o número de óbitos da França (28.774) e se tornou o quarto país com mais mortes pela doença, atrás apenas dos Estados Unidos, Reino Unido e Itália.
Em 24 horas, conforme dados do governo federal, foram registrados 956 óbitos pela covid-19 no Brasil. No total, até ontem 498.440 casos haviam sido registrados. O país bateu um novo recorde de número de casos contabilizados em 24 horas: foram 33.274 registros — o número equivale a mais de 1,3 mil casos confirmados por hora. O recorde anterior havia sido alcançado na última sexta-feira, quando o balanço diário mostrou 26.928 casos em um dia.
Os Estados Unidos contabilizavam até ontem, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, 103.758 mortes pela doença. A Itália havia registrado 33.340 mortes; e o Reino Unido, 38.458. O Brasil ultrapassou a Espanha em quantidade de óbitos na última sexta-feira. O país europeu registrava ontem 27.125 mortes pela covid-19. Em relação à quantidade de casos, o Brasil está em segundo lugar no mundo, atrás dos EUA, onde há 1,7 milhão de contaminações.
Em 28 de abril, o Brasil superou a China em número de mortos. O país oriental foi o primeiro com registros do vírus e onde houve 4.645 óbitos confirmados pela Covid-19. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre os dados, e respondeu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. Apesar da quantidade de mortes e infecções pela doença no Brasil, o presidente não mencionou as vítimas da pandemia em suas redes sociais ontem. A única publicação relativa ao coronavírus foi sobre consequências negativas das medidas de isolamento social. Bolsonaro, mais uma vez, provocou aglomerações ao visitar uma lanchonete em Goiás.
São Paulo permanece o estado com mais casos, chegando a 107.142 infectados e 7.277 óbitos. Em seguida, estão Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Pará. Somando os cinco estados, eles possuem 56,9% do número de casos do país e 71,8% do número de óbitos. Nesta semana, o governador de SP, João Doria (PSDB), anunciou um plano de retomada da economia, dividindo as regiões do estado. O prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), prorrogou a quarentena até o dia 15 de junho.
No Rio de Janeiro, 66,8% das mortes estão concentradas na capital. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) publicou um decreto autorizando o funcionamento de cultos religiosos presenciais, mas a Justiça do Rio de Janeiro suspendeu. Em uma entrevista coletiva no último dia 25, ele disse que “nós dominamos a pandemia”.
O governador do estado, Wilson Witzel (PSC), por sua vez, está envolvido em uma investigação de desvios de recursos relativos a construção de hospitais de campanha. Na última terça-feira, uma operação da Polícia Federal fez busca e apreensão do Palácio Laranjeiras, que é a residência oficial do chefe do Executivo estadual.
Witzel havia prorrogado no início do mês o decreto de isolamento social até hoje. Até o fechamento desta edição, ainda não havia anúncio oficial de outro decreto, tampouco as ações de retomada das atividades. Na última sexta-feira (29), o governo estava discutindo as possíveis mudanças. O estado cumpre medidas de isolamento desde meados de março.
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