São ônibus, vans e caminhões que realizam o transporte interestadual sem autorização. "Há um fluxo significativo do Sudeste para as regiões Norte e Nordeste, sendo grande o número de apreensões nas ações conjuntas da ANTT com as polícias nas barreiras com as vigilâncias sanitárias do Maranhão, Piauí e Bahia", diz o órgão.
Em São Paulo, muitos desses ônibus saem do Brás, região central da cidade. Existem pelo menos seis agências na rua Paulo Afonso vendendo bilhetes para os mais variados destinos do Nordeste. Por conta da pandemia, todas funcionam discretamente, com apenas meia porta aberta. Os funcionários evitam entrevistas, mas confirmam aumento de 20% a 30% na procura. Os ônibus saem dali mesmo, das proximidades das agências. O embarque é feito nas calçadas onde se amontoam malas, bolsas e mochilas.
No Brás, passageiros contam que os motoristas exigem o uso de máscaras, mas que nem sempre elas estão usadas corretamente. Nem eles usam a máscara. Os viajantes não sabem dizer se os bancos foram higienizados corretamente. Alguns ônibus trazem um selo no vidro dianteiro com a inscrição "veículo vistoriado covid-19".
Primeiros casos
O retorno dos "filhos da terra" desafia os pequenos municípios no enfrentamento da pandemia. Na Bahia, pelo menos 20 cidades do interior já registraram os primeiros casos da doença após a chegada de pessoas dos grandes centros.