O presidente Jair Bolsonaro afirmou que lamenta o número de mortos no país em consequência do novo coronavírus, mas que, eventualmente, a morte é o destino de todas as pessoas. A fala ocorreu, ontem, quando uma apoiadora que estava na saída do Palácio da Alvorada pediu que Bolsonaro enviasse uma mensagem de conforto para as “inúmeras famílias enlutadas”. Bolsonaro, de pronto, disse: “A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”.
O presidente também falou sobre o uso da cloroquina no tratamento do vírus, que não possui eficácia comprovada. “Pessoal que reclama contra a cloroquina não tem alternativa. Eu sou contra isso, mas aponte… Nós sabemos que [o remédio] pode não ser realmente isso tudo que alguns pensam. Mas [o medicamento] é o que aparece no momento. Têm relatos de pessoas, têm muitos médicos favoráveis e tem uma briga farmacêutica muito grande também”, apontou.
O chefe do Executivo ainda criticou novamente o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em relação à posse e ao porte de armas. Ele afirmou que a revogação das mesmas era papel de Moro após um outro apoiador reclamar sobre as medidas da Polícia Federal que restringem acesso a armas. O homem agradeceu ao presidente pela derrubada da Instrução Normativa 131 e pediu que Bolsonaro mudasse também a portaria que versa sobre armeiros.
“Peça para dar uma olhada na portaria 2259, de 2011, que trata do armeiro. Hoje, é praticamente impossível se cadastrar como armeiro no Brasil”, disse. Bolsonaro então respondeu: “Você nem precisava estar falando isso. Era para um ministro ter feito isso, não é?”, retrucou.
Hospital de campanha
O Hospital de Campanha de Águas Lindas será inaugurado nesta sexta-feira, com quase um mês de atraso. O anúncio foi feito pelo governador Ronaldo Caiado, em sua conta do Twitter. Na publicação, ele comunicou que o presidente Jair Bolsonaro comparecerá ao evento marcado para às 8h30. Na ocasião, também estarão presentes o prefeito de Águas Lindas de Goiás, Hildo do Candango, e representantes do Ministério da Saúde.
O hospital é o primeiro construído pelo governo federal para atender a pacientes com o novo coronavírus. A estrutura, que está pronta desde 23 de abril, receberá casos suspeitos e confirmados da covid-19 em residentes do Entorno e do Distrito Federal.
Na segunda-feira, a Secretaria de Saúde de Goiás iniciou os treinamentos dos profissionais e de fluxos de atendimento no hospital de campanha. A unidade conta com 200 leitos e iniciará o atendimento com 60, sendo 50 leitos de enfermaria e 10 leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs). Os outros leitos serão disponibilizados conforme a necessidade.
O novo hospital vai atender a pacientes de pelo menos sete municípios do Entorno: Águas Lindas de Goiás, Santo Antônio, Valparaíso de Goiás, Novo Gama, Luziânia, Cidade Ocidental e Cristalina. Juntos, os municípios têm uma população estimada de 1,2 milhão de habitantes. A instalação tem como intuito, também, fortalecer o atendimento de pacientes do DF.
Protestos podem agravar pandemia, alerta Opas
Gerente de Vigilância à Saúde e Controle e Prevenção de Enfermidades da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal afirmou, ontem, que o número de casos da covid-19 continua a aumentar, advertindo para o fato de que protestos de massa nas ruas podem piorar o quadro. “Evitemos as reuniões de massa, as aglomerações”, defendeu Espinal, durante entrevista coletiva com autoridades da Opas, ao ser questionado sobre protestos contra e a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro ocorridos no fim de semana. “Está muito demonstrado que as aglomerações contribuem para disseminar o vírus”, disse ele. Espinal advertiu para o risco de que, após uma manifestação, alguém possa ter se infectado e ainda ter transmitido a doença para familiares. “Vamos pensar em nossos pais, avós, todos os que estão confinados, quando chegamos em casa podemos transmitir doença para eles”, disse.
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