Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil bateu o recorde diário de mortes pelo novo coronavírus. Ontem, o país confirmou 1.349 óbitos, totalizando 32.548 vidas perdidas pela covid-19. A pasta também confirmou mais 28.633 casos do novo coronavírus, chegando, assim, a 584.016 infectados. Ainda em curva de ascendência de diagnósticos, o país tem 4.184 mil municípios com registro da doença, ou seja, há a confirmação de um ou mais infectados em 75% do território brasileiro. Quase metade das cidades tem mortes pelo vírus: são 1.817 (43% do total).
Em quarta posição no ranking de países com mais perdas pela pandemia, o Brasil pode passar a Itália, ainda hoje. O país europeu tinha 33.601 registros até ontem, 1.053 a mais que o montante brasileiro. A diferença é que, enquanto os italianos vivem um momento de estabilização da curva, o Brasil não tem perspectiva para frear o crescimento.
Em meio à crise de saúde no país, os dados oficiais do governo foram atualizados no fim do dia de ontem, “devido a problemas técnicos”, segundo o ministério. Não houve coletiva. O general Eduardo Pazuello, secretário-executivo do ex-ministro Nelson Teich, assumiu oficialmente como chefe interino da pasta, após publicação no Diário Oficial.
Grupo dos sete
São Paulo, epicentro da doença no país, tem registro de infecção em 537 dos 645 municípios, sendo que 8.276 pessoas já morreram pela doença. O estado bateu recorde de confirmação diária, ontem, com 282 mortes e 5.187 novas confirmações, chegando a 123.483 casos. Os leitos de UTI têm 84,7% de ocupação na Grande São Paulo e 72,3%, no estado. O número de pacientes internados é de 11.959, sendo 7.432 em enfermaria e 4.527 em UTIs. A atualização ocorre no primeiro dia após a implementação do plano de flexibilização das medidas de distanciamento social. Caso a taxa de ocupação de leito “se mantiver em 62%, 63%, vamos para a fase amarela na cidade de São Paulo”, afirmou o prefeito Bruno Covas.
No Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel prorrogou até sexta-feira as medidas de prevenção e enfrentamento à propagação do novo coronavírus. O estado tem 6.010 mortes e 59.240 casos. Superando a barreira de mil mortes também estão Ceará (3.605), Pará (3.193), Pernambuco (3.012), Amazonas (2.138) e Maranhão (1.028). Juntos, os sete estados somam 27.262 óbitos, ou seja, 83,8% de todas as mortes já confirmadas. (BL e MEC)
TCU dá dez dias para Saúde explicar protocolo
O ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União (TCU), informou, ontem, que deu prazo de dez dias ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que justifiquem o protocolo que liberou o uso de cloroquina e hidroxicloroquina pelo SUS para o tratamento até de casos leves da covid-19. O magistrado pediu esclarecimentos sobre as fundamentações técnica e jurídica que levaram ao novo protocolo e afirmou que há “relevante controvérsia sobre o uso da cloroquina”. A utilização dessas medicações para tratamento de pacientes da covid-19 é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, mas estudos científicos não comprovam a eficácia das substâncias para esse fim. A OMS anunciou, ontem, que retomará os testes com a hidroxicloroquina em pacientes da covid-19, após o principal estudo contrário ao remédio ter sido posto “sob investigação”. (Leia mais na página 20
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