Brasil

Depois de militares, Centrão leva secretaria do Ministério da Saúde

O novo secretário de Vigilância em Saúde é a 11ª indicação do Centrão desde que Bolsonaro iniciou a aproximação

Os esforços do presidente Jair Bolsonaro em estreitar laços com o Centrão rendeu a nomeação para um dos cargos de maior destaque no enfrentamento à pandemia de coronavírus. A parceria emplacou o professor e farmacêutico Arnaldo Correia de Medeiros como o novo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, um dos setores mais importantes da pasta e protagonista na guerra contra a covid-19.


A nomeação está publicada no Diário Oficial da União, de ontem, e assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto. O cargo tinha sido ocupado por Wanderson de Oliveira, servidor de carreira da pasta que permaneceu no cargo desde a gestão de Luiz Henrique Mandetta, e que era um dos únicos em função de confiança a se manter com Nelson Teich, na sua passagem pelo Ministério da Saúde. Com a saída de Wanderson, quem o substituía era Eduardo Macário, mas interinamente.

O novo secretário de Vigilância em Saúde é a 11ª indicação do Centrão desde que Bolsonaro iniciou a aproximação. O nome foi apresentado pelo líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB), e aprovado pelo ministro interino, general Eduardo Pazuello, no início da semana.


Arnaldo é graduado em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba e é mestre em Bioquímica e Imunologia pela Universidade de Minas Gerais. O novo secretário também é doutor em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo e tem especialização em Gestão Hospitalar pelo Hospital Sírio-Libanês. Com experiência na área da saúde, ele atua como professor titular da UFPB.

Novos nomes
Mais dois militares foram nomeados para o ministério. De acordo com o DOU, para exercer o cargo de diretor de Programa da Secretaria-Executiva foi escolhido o tenente-coronel Nivaldo Alves de Moura Filho. Já o coronel médico Roberto Bentes Batista fica responsável pela direção do Departamento de Engenharia de Saúde Pública da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Além de cardiologista e médico de família, é pós-graduado em Gestão da Administração Pública e possui especialização em Política e Estratégia. Assim, passa para 25 o número de militares atuando na linha de frente da pasta mais requisitada em tempos de emergência sanitária.


Já o coordenador de Apuração Disciplinar da Corregedoria-Geral, da Diretoria de Integridade, agora é o sociólogo Luciano Chagas Barbosa, que entre 2014 e 2016 foi coordenador de Apuração Disciplinar da Corregedoria-Geral do Ministério da Saúde. E a função de chefe do Serviço de Orçamento e Finança da Secretaria Especial de Saúde Indígena foi entregue a Felisberto de Sousa Rocha.


Na gestão Mandetta, apenas um militar ocupava papel de destaque na pasta: o coronel Robson Santos da Silva, secretário especial de Saúde Indígena, que, aliás, continua na função.