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Caso Miguel: Patroa indiciada aparece cadastrada no auxílio emergencial

O pedido está em processamento pelo sistema, que é quando os dados da pessoa são analisados para verificar se ela pode ou não receber o benefício.

Correio Braziliense
postado em 09/06/2020 22:31
O pedido está em processamento pelo sistema, que é quando os dados da pessoa são analisados para verificar se ela pode ou não receber o benefício.A primeira-dama de Tamandaré, Sarí Gaspar Côrte Real, está com o nome cadastrado no site do Auxílio Emergencial do governo federal. Em consulta à página do Dataprev, é visto que a solicitação foi feita em 14 de maio de 2020, 19 dias antes da morte do menino Miguel Otávio, que estava sob a guarda temporária da mulher. O pedido está em processamento pelo sistema, que é quando os dados da pessoa são analisados para verificar se ela pode ou não receber o benefício.

A informação foi divulgada pelo site Notícia Preta e checada pelo Diario nesta terça-feira (9). Consultado, o advogado de Sarí, Pedro Avelino, afirmou que a solicitação é falsa. “Soube disso hoje. E com certeza é alguma tentativa de golpe. Ela não fez nenhum pedido”, disse à reportagem.

Caso Miguel

O menino Miguel Otávio era filho da doméstica Mirtes Renata. Morreu na última terça-feira (2), quando despencou de uma altura de aproximadamente 35 metros, no nono andar do edifício Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torres Gêmeas e localizado no Bairro de São José, área central do Recife. Ele havia sido deixado aos cuidados de Sarí Côrte Real, empregadora de sua mãe, Mirtes, que teve que ir passear com os animais de estimação da patroa.

Saiba Mais

Chorando e procurando pela mãe, Miguel entrou no elevador do edifício duas vezes para buscá-la. Ele chegou a ser impedido pela primeira vez por Sarí, mas conseguiu se desvencilhar na segunda tentativa. Em vídeos de câmeras de segurança, a mulher aparece apertando botões e deixando o menino sozinho, no elevador.

Como Sarí estava com a "guarda momentânea da criança", ela foi parcialmente culpada pelo acidente, caso previsto no Art. 13 do Código penal, que trata de ação culposa, por causa do não cumprimento da obrigação de cuidado, vigilância ou proteção. Após ser presa em flagrante, pagou uma fiança de R$ 20 mil e foi liberada. Ela está sendo investigada por homicídio culposo, onde não caberia intenção de causar a morte da vítima.

O inquérito está sendo tocado pelo delegado Ramon Teixeira, titular da Delegacia Seccional de Santo Amaro, na área central do Recife, e deve ser concluído até 2 de julho, quando expira o prazo de 30 dias da ocorrência. 

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