Maia cobra transparência

Correio Braziliense

postado em 10/06/2020 04:14

 » JORGE VASCONCELLOS

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi bastante duro, ontem, com o ministro da Saúde interino, general Eduardo Pazuello, em audiência na Casa. O parlamentar cobrou transparência do governo federal em relação ao avanço da covid-19 e pediu que a pasta volte a publicar o banco de dados do novo coronavírus conforme o modelo que vinha sendo produzido no início da pandemia.

“Reproduza o banco de dados que vinha sendo feito desde a gestão do ministro [Luiz Henrique] Mandetta. O que nós queremos é que todos os brasileiros tenham transparência na divulgação desses dados. O que ocorreu nos últimos dias foi exatamente o contrário, pelo menos do ponto de vista da relação de diálogo do governo com o parlamento e com a sociedade”, criticou Maia.

Maia disse ao militar que houve um “problema claro de comunicação” do governo e citou os esforços de instituições, como o próprio Congresso Nacional, para a compilação de dados, diante da omissão do Ministério da Saúde. “Nós estamos aqui por um problema claro de comunicação do governo com a sociedade, com os governadores, com os prefeitos e com o Parlamento”, afirmou Maia ao ministro.

“O que nós vivemos nos últimos dias, inclusive com a entrevista do ex-futuro e não mais secretário [Carlos Wizard], foi lastimável”, completou, referindo-se ao empresário indicado à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, que disse que o governo faria uma “recontagem” de mortos porque os dados enviados pelos estados eram “fantasiosos ou manipulados”.

Em resposta aos questionamentos de parlamentares, o ministro interino da Saúde fez alusão à alfinetada de Rodrigo Maia. “Eu não acredito que todo esse ruído foi apenas comunicação. Nada na vida é fator de uma condicionante. São várias condicionantes que fazem uma resultante”. (MEC e MN)


"O que nós queremos é que todos os brasileiros tenham transparência na divulgação desses dados. O que ocorreu nos últimos dias foi exatamente o contrário, pelo menos do ponto de vista da relação de diálogo do governo com o parlamento e com a sociedade”
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados