Brasil

Opas cobra divulgação dos dados

Correio Braziliense
postado em 10/06/2020 04:14
Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne voltou a destacar o Brasil como um foco de preocupação da entidade na pandemia da covid-19. A revisão dos números da doença para corrigir duplicações e eventuais falhas também foi ponto de discussão, em videoconferência, ontem, do braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas.

“Revisar não é ruim. Mas a recomendação é que os dados continuem sendo informados, porque isso permite a nós e aos próprios governantes termos uma noção clara dos acontecimentos, além de permitir planejar o combate à doença”, declarou o gerente de Vigilância à Saúde e Controle e Prevenção de Enfermidades da Opas, Marcos Espinal. Como exemplo de países que passaram pelo procedimento de recontagem, foram citados China, Rússia, Estados Unidos, Espanha e Equador.

A transparência de dados e clareza por parte das autoridades foi apontada como estratégia para contenção do vírus e elaboração de políticas públicas, essenciais no momento em que as Américas registram mais casos “do que qualquer outra região do mundo”, apontou a diretora da Opas, Carissa Etienne.

“Na América do Sul, o vírus continua a se espalhar de forma agressiva no Brasil, Peru e Chile. Infelizmente, muitas áreas estão notificando aumentos exponenciais em casos e mortes e estamos preocupados com os dados que mostram o vírus surgindo em novos locais que haviam registrado um número limitado de casos”, completou Etienne, apontando que o distanciamento social, apesar de ser um desafio, é passo importante na ausência de vacinas ou tratamentos.

Parceria mantida

Após a declaração do presidente Jair Bolsonaro ameaçando romper parceria com a OMS, o gerente da Opas aproveitou para tranquilizar pesquisadores e técnicos da saúde, que temiam um descompasso nas articulações para favorecer o acesso brasileiro a novos medicamentos e imunizações.

“Temos facilitado a compra de milhões de testes, a chegada de profissionais da saúde a Manaus e em outras áreas, realizamos reuniões virtuais de educação. Não vamos permitir que vacinas ou medicamentos novos deixem de chegar, porque vamos facilitar isso, por exemplo, através do fundo estratégico para insumos e medicamentos e também pelo nosso fundo rotatório”, tranquilizou.

Espinal também enfatizou que a retomada econômica deve ser feita de maneira gradual, diante da pandemia de coronavírus, e apenas após análises do quadro em cada região. “Se você vai reabrir, é preciso primeiro fazer uma análise apropriada, colocar na mesma mesa a economia e a saúde das pessoas, mas também fazer isso em fases, porque se não haverá uma situação em que teremos pandemia por mais tempo e junho é um mês crucial”, afirmou. (BL)


RJ: flexibilização volta a valer
As regras de flexibilização do isolamento no Rio de Janeiro voltaram a valer. A Justiça aceitou os recursos apresentados pelo governo do estado e pela prefeitura, ontem, e suspendeu a decisão provisória emitida na segunda-feira pelo juiz Bruno Bodart, da 7ª Vara da Fazenda Pública da capital. A decisão de ontem é assinada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), desembargador Claudio de Mello Tavares. Segundo ele, “as medidas tomadas (pela prefeitura e pelo governo do estado) foram validadas em fundamentos técnicos, na esfera de atribuição do ente estatal”. Assim, volta a vigorar a autorização emitida pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) para a reabertura de lojas de móveis e decoração e agências de automóveis, na capital, e a autorização concedida pelo governador Wilson Witzel (PSC) para reabertura de bares, restaurantes e shopping centers.



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