Correio Braziliense
postado em 11/06/2020 04:15
A Organização Mundial da Saúde (OMS) negou, ontem, que haja relação comprovada entre baixas temperaturas e um aumento na disseminação do novo coronavírus. Na terça-feira, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que, “para efeitos da pandemia”, as regiões Norte e Nordeste do Brasil estariam mais “ligadas ao inverno do Hemisfério Norte”, enquanto as demais estariam mais “ligadas ao inverno do Hemisfério Sul”. A frase viralizou nas redes sociais, e o general virou meme. Segundo a entidade, no entanto, não há qualquer evidência científica sobre o impacto da covid-19 em diferentes estações.
Embora o vírus da influenza apresente um salto de infecções no inverno, ainda não é possível estabelecer semelhanças entre as duas enfermidades. “Sabemos que o vírus da influenza tem um ciclo, mas não sabemos como o novo coronavírus vai se comportar diante da mesma situação. E mesmo na influenza não há um padrão, pois temos diferenças entre as zonas temperadas e as regiões mais próximas à linha do Equador, no inverno do Hemisfério Sul. Não temos nenhum dado que sugira que haverá uma transmissão maior ou um comportamento mais agressivo do coronavírus nesse período”, esclareceu o diretor do programa de emergências da OMS, Michael Ryan.
Para ele, aumentos ou quedas de doenças virais de acordo com as estações estão ligadas ao comportamento humano, e não apenas ao clima. No verão, exemplifica, as pessoas tendem a sair mais de casa e frequentar ambientes abertos, mas também podem ficar mais reclusas, em lugares fechados, principalmente por conta do ar condicionado. Preocupado com a situação da América do Sul, o diretor alertou que a temperatura não trará solução para os problemas.
“Independentemente da estação, temos um aumento progressivo de casos na América Latina, principalmente na América do Sul. Precisamos nos concentrar em conter a transmissão, não podemos esperar que a temperatura dê uma resposta ao problema. O que funciona são medidas de distanciamento social”, afirmou.
“Precisamos nos concentrar em conter a transmissão, não podemos esperar que a temperatura dê uma resposta ao problema. O que funciona são medidas de distanciamento social”
Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS
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