Brasil

Caso Miguel: zelador e ex-síndico do prédio são ouvidos pela polícia

Patroa da mãe de Miguel e manicure que estava na casa ainda não prestaram depoimento sobre o caso

Correio Braziliense
postado em 11/06/2020 09:32
Manifestações pedem a justiça pela trágica morte do menino Miguel em RecifeDando continuidade às investigações sobre a morte de Miguel Otávio, criança de cinco anos que despencou do nono andar do edifício Píer Maurício de Nassau, popularmente conhecido como Torres Gêmeas e localizado no bairro do São José, o delegado responsável pelo caso, Ramón Teixeira, ouviu mais duas testemunhas nesta quarta-feira (10).  
 
O zelador Fábio Batista, de 32 anos, esteve na 1ª delegacia Seccional de Polícia de Santo Amaro às 11h e prestou depoimento por cerca de quarenta minutos. Ele teria sido a primeira pessoa que avistou Miguel após o acidente e avisou sobre a fatalidade para a mãe da criança, Mirtes Renata de Souza, que trabalhava como empregada doméstica para a família do prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker e Sarí Corte Real, primeira-dama autuada por homicídio culposo, mas liberada após pagamento de fiança de R$ 20 mil.  
 
À tarde o ex-síndico do Píer Maurício de Nassau também foi ouvido pelo delegado Ramón Teixeira. Carlos Lopes respondeu sobre as filmagens do prédio e como funcionavam os contratos de manutenção do elevador. Ele afirma que foi chamado porque o síndico atual teria pedido para deixar o cargo após o acidente de Miguel. “O meu depoimento foi bem claro, a casa de máquinas, o acesso, as esquadrias... Tudo funciona de acordo com as normas”, disse o ex-síndico. Lopes também comenta que o uso de telas no nono andar não seria obrigatório. “A legislação pede telas em alturas de 1,10 a 1,20 metros e lá temos 1,24 ou 1,25. A alvenaria, que deveria ter 1,10 tem 1,15 metros. Ou seja, fizemos mais do que o obrigatório.” 
 
No dia 2 de junho foram ouvidos a mãe de Miguel, Sérgio Hacker e Sarí, que preferiu ficar em silêncio diante da polícia. A defesa da primeira-dama pediu uma nova chance de oitiva, mas afirma que não há nova data marcada. “É necessário ter cautela, ponderação e aguardar o curso da investigação”, disse o advogado da investigada, Pedro Avelino, que também foi à delegacia nesta quarta-feira para ter informações sobre os novos depoimentos prestados. O representante ainda afirma que o silêncio de Sarí se dá por “respeito à autoridade policial, que deve ser a primeira a ouvir a versão dos fatos.” 
 
O primeiro depoimento formal foi concedido apenas na última terça-feira e diz respeito a um morador que ajudou no socorro de Miguel após a queda. A manicure que estava trabalhando para a primeira dama no dia do acidente ainda não foi chamada para depor, mas foi localizada. O delegado Ramón Teixeira ainda precisará avaliar três laudos fornecidos pelo perito André Amaral e tem 30 dias para concluir o inquérito.

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