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Brasil anuncia parceria com Oxford para produzir vacina contra coronavírus

Parceria com a Universidade de Oxford promete oferecer 100 milhões de doses da vacina à população brasileira, sendo 30,4 milhões já em dezembro deste ano e em janeiro de 2021


O governo federal firmou uma parceria que vai garantir a produção de uma vacina contra a covid-19 no Brasil. A ideia é importar a tecnologia que vem sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório inglês AstraZeneca e replicá-la nacionalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E, segundo o Ministério da Saúde, pode garantir a oferta de pelo menos 100 milhões de doses da vacina no Brasil a partir de dezembro.

A parceria para o desenvolvimento nacional da vacina contra o novo coronavírus já havia sido apontada como o "objetivo número um do Sistema Único de Saúde (SUS)" pelo ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e foi confirmada neste sábado (27/06) em coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto. "O governo federal enviou resposta à embaixada Britânica e ao presidente do laboratório AstraZeneca aceitando a proposta de acordo de cooperação no desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina para covid-19", informou o Ministério da Saúde.

O acordo prevê um investimento de US$ 127 milhões do Brasil no desenvolvimento da vacina e vai permitir que a tecnologia de produção e envase dessa vacina seja transferida para o país. A tecnologia de desenvolvimento dos insumos necessários também devem ser replicados no Brasil. Por isso, a expectativa do Ministério da Saúde é produzir nacionalmente as doses da vacina que serão oferecidas à população por meio da Fiocruz.

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Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, caso a produção da vacina continue nos prazos esperados pelas autoridades de saúde e se confirme como efetiva, as primeiras doses poderão ser produzidas e oferecidas à população ainda neste ano. A expectativa é que, na primeira fase, o Brasil tenha 30,4 milhões de doses da vacina, sendo 15,2 milhões em dezembro e mais 15,2 milhões em janeiro de 2021. Essas doses seriam oferecidas prioritariamente à população de risco. Ou seja, aos idosos, às pessoas com comorbidades, aos profissionais de saúde e aos profissionais de segurança. 

Depois disso, seria ampliada a transferência de tecnologia e o Brasil poderia produzir mais 70 milhões de doses da vacina. "A parceria começa com a encomenda, em que o Brasil assume também o risco da pesquisa. Vamos pagar pela tecnologia, mesmo não tendo os resultados necessários clínicos finais. E, em um segundo momento, quando a vacina se mostrar segura, ampliaremos a compra", afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.

Ele lembrou que o investimento, mesmo com esse risco de que a vacina não se mostre efetiva no combate à covid-19, se justifica pela necessidade da população e pela alta demanda mundial pela vacina. Mas também porque esta vacina é considerada a "mais promissora do mundo" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois está no "estado mais avançado de desenvolvimento". A vacina já passou por testes bem-sucedidos no Reino Unido e agora está sendo testada em países como o Brasil e a África do Sul.

"O acordo coloca o país na liderança e no desenvolvimento da vacina. Nos dará autonomia na produção. E isso significa que o Brasil busca evitar situações como o ocorrido no início da pandemia. Naquele momento, a alta demanda mundial não permitiu que tivéssemos o acesso adequado a insumos. E, detendo a tecnologia, estaremos eliminando também a margem de lucro exorbitante na pandemia", afirmou Costa. Segundo a Saúde, cada dose deve custar US$ 2,30.