Correio Braziliense
postado em 30/06/2020 08:37
Com álcool em gel na hora da comunhão, uso de máscara e distanciamento entre fiéis, a Catedral da Sé retomou as missas com a presença do público na segunda-feira, 29, na Praça da Sé, centro de São Paulo. A reabertura das Igrejas Católica e Ortodoxa acompanha um protocolo sanitário de retomada gradual aprovado pela Prefeitura.Desde março, as celebrações religiosas e demais atividades pastorais das paróquias da Arquidiocese de São Paulo ocorriam sem a presença de fiéis. Anteontem, a igreja já havia feito um ensaio para reabrir.
Cerca de 50 pessoas acompanharam a missa do meio-dia. A Sé estava preparada para receber 240 fiéis, total permitido no momento. Com isso, a catedral não chegou nem perto de uma aglomeração. Pelo protocolo, igrejas devem respeitar espaço mínimo de 1,5 metro entre pessoas. A entrada foi feita pela porta lateral, mais estreita, para facilitar a higienização de quem chegasse. O álcool em gel foi usado com frequência, mas não houve medição de temperatura, item previsto no protocolo.
A mudança mais perceptível foi o distanciamento entre os visitantes. Cada banco só permitia três pessoas sentadas - o restante era coberto por uma fita adesiva amarela e preta. A ocupação dos bancos teve de ser feita de modo alternado, sempre com espaços vazios entre as fileiras. O uso de máscaras era obrigatório, mas nem sempre correto. Muitos deixavam a proteção no queixo durante a celebração. "A gente estranha um pouco a distância, um longe do outro, mas é necessário neste momento", diz a dona de casa Maria Inês da Silva, de 52 anos.
A missa também teve de alterar ritos, como a comunhão. Antes do sacramento, as pessoas recebiam álcool em gel, oferecido por funcionários da igreja. O momento foi silencioso, sem a tradicional troca de palavras entre o padre e o fiel. A comunhão era o momento mais esperado pelo vendedor Daniel Sbanzione. "Faz muita falta o contato físico e, principalmente, a comunhão. Senti falta deste momento", disse ele, de 42 anos.
A professora Osmarina Molina, de 61 anos, fez questão de acompanhar a missa no primeiro dia de retomada, pois sentia falta do ambiente de conforto espiritual. Ela pediu que o filho a levasse de Interlagos, zona sul, ao centro. "A gente agradece todos os esforços para a transmissão das missas, mas o encontro presencial é muito diferente. É a casa de Deus. Precisávamos desse apoio para continuar nesse momento difícil", disse a educadora.
Saiba Mais
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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