Brasil

PF mira organização criminosa que seria formada por juízes em Goiás

Suspeita é de que magistrados atuavam para favorecer grupo empresarial. Apenas um dos julgadores teria recebido R$ 800 mil em propina

Equipes da Polícia Federal saíram às ruas, nesta terça-feira (30/6), para cumprir mandados de busca e apreensão contra sete pessoas físicas e uma empresa ligada a dois desembargadores e um juiz do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os magistrados são investigados por integrar organização criminosa envolvida com a venda de decisões judiciais em processos de recuperação judicial de empresas.

 

A ação foi autorizada pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na petição, enviada ao ministro, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araujo descreve como funcionaria o esquema criminoso. De acordo com Lindora, um dos crimes está relacionado à tentativa de nomeação de administrador específico para atuar no processo de recuperação judicial de uma usina de álcool para a obtenção de lucros.

 

Já o segundo caso, de acordo com o MPF, "envolve o pagamento de R$ 800 mil a um desembargador para que fosse autorizado o retorno de investigado ao cargo de administrador judicial da usina de álcool e acolhida exceção de suspeição oposta em face da magistrada que estava à frente do processo de recuperação da empresa".

 

As diligências estão relacionadas a Operação Máfia das Falências, que teve início na primeira instância de Justiça. O ministro do STJ também autorizou a apreensão de aparelhos celulares e as oitivas dos envolvidos.