Correio Braziliense
postado em 30/06/2020 14:00
O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta terça-feira (30/06) que a imagem do Brasil "está muito ruim lá fora" no que diz respeito ao meio ambiente. Porém, saiu em defesa da política ambiental brasileira e creditou essa reação a um "oportunismo protecionista" de países como a França."Nossa imagem está muito ruim lá fora. Uma parte porque nós também falamos mal do nosso próprio país lá fora. Não vou entrar na polêmica em si, porque não é minha especialidade o meio ambiente. Mas eu percebo também que lá fora há certo oportunismo protecionista", alegou Guedes, em audiência pública promovida pelo Congresso Nacional.
Guedes reconheceu que não deveria falar isso enquanto ministro, mas disse que sabia que a França "ia criar caso" com o Brasil. "Eles são protecionistas, eles têm medo da nossa agricultura. Eles se protegem contra nós e aí argumentam que nós queimamos floresta para eles continuarem impedindo a entrada do nosso produto agrícola lá. Isso é lamentável", reclamou.
O ministro da Economia ainda disse que o desmatamento não cresceu no Brasil no ano passado. "A França, a Holanda, a pretexto de que nós queimamos florestas, quando o índice de desmatamento do ano passado foi abaixo do ano anterior, eles na verdade estão disfarçando velhas teses protecionistas, jogando uma pecha no Brasil independente de haver embasamento factual ou não", declarou.
Diversos índices de medição do desmatamento, contudo, mostram que as queimadas têm avançado no país, sobretudo na Amazônia, desde o ano passado. E os alertas de desmatamento continuam neste ano. Por isso, um grupo de investidores internacionais manifestou preocupação com o avanço das queimadas no Brasil na semana passada. Os investidores ameaçaram até deixar o Brasil caso nada mude em relação ao assunto, ou seja, caso o governo brasileiro não mostre comprometimento com a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
Saiba Mais
Já Guedes limitou-se a criticar a postura das potências mundiais e a dizer que "nós vamos estar cuidando disso" quando foi questionado sobre o assunto pelos parlamentares nesta terça-feira, exatamente uma semana depois do alerta dos investidores.
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