Correio Braziliense
postado em 02/07/2020 04:04
Após quatro meses de luta contra o novo coronavírus e 60 mil vidas perdidas para a covid-19, o Brasil iniciou julho sem uma real perspectiva de queda na curva de casos da doença. Ao avaliar os números de infecções por semana epidemiológica, é possível notar um aumento no último período. O país continua a registrar números altos diariamente. Ontem, confirmaram-se mais 46.712 infecções, o terceiro maior aumento diário, e 1.038 mortes. O país chegou a 1.448.753 casos do novo coronavírus e 60.632 vítimas da doença.
Em coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde avaliou que o Brasil vê um crescimento da curva em relação aos números de novas infecções. Da 25ª para a 26ª semana epidemiológica, esse indicador cresceu 13%. No entanto, o aumento foi proporcionalmente menor do que o observado da 24ª para a 25ª, de 22%. No recorte por regiões do país, observa-se que todas confirmaram um aumento de casos na última semana epidemiológica avaliada. A Região Sul relatou o maior crescimento, de 47%. Por outro lado, segundo a pasta, o Brasil vive um platô na curva de mortes em função da covid-19, termo utilizado pelas autoridades de saúde quando há uma estabilização da evolução dos índices.
Houve uma pequena redução de 2% ao comparar os óbitos confirmados entre a 25ª e a 26ª semana. A queda foi puxada pela baixa no registro de mortes nas regiões Norte e Nordeste que, respectivamente, apresentaram redução de 15% e 11%. “Há um comportamento de um platô do número de óbitos, que a gente já tinha falado”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia.
Ao ser questionado se o Ministério da Saúde orientará medidas de restrição mais intensas aos estados diante do aumento de casos, Correia disse que isso não é papel da pasta. “Com relação a orientar a tomar decisão de restrição ou não, não cabe ao Ministério da Saúde, mas ao gestor local. Nós iremos dar suporte e o apoio necessário em cima da decisão tomada pelo gestor”, indicou.
Interiorização
Com o avanço da interiorização da epidemia, 5.021 dos municípios, ou seja, 90,1%, têm, pelo menos, um caso de covid-19 registrado. Quando o recorte são as cidades que já confirmaram óbitos pela doença, a porcentagem cai, mas ainda chama atenção. Quase metade dos municípios, 45,8%, já confirmou ao menos uma morte.
Apesar da diversidade de características das curvas de casos e óbitos por região, os técnicos do ministério observaram que há a tendência de migração de aumento para o interior em todas. “A distribuição de casos de covid nas capitais vem diminuindo gradativamente e consistentemente, ao passo que está aumentando no interior”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde.
Estados
São Paulo bateu sozinho a marca de 15 mil mortes, um quarto do montante brasileiro. O estado possui 289.935 casos confirmados. Com o avanço do vírus no território brasileiro, mais duas unidades federativas entraram para o rol de mais de mil perdas para a doença. Minas Gerais, com 1.007; e Paraíba, com 1.002. Também pertencem ao grupo: Rio de Janeiro (10.198), Ceará (6.180), Pará (4.960), Pernambuco (4.894), Amazonas (2.843), Maranhão (2.081), Bahia (1.902) e Espírito Santo (1.693). No Brasil, apenas Mato Grosso do Sul tem menos de 200 óbitos: são 85 mortes até o momento.
“Mais de 60.000 pessoas perdidas . Nau sem rumo . Força SUS. Força Minas, Região Centro-Oeste e Região Sul. Governos passam. Quem preserva A VIDA pode ter a chance de comemorar o que a CIÊNCIA trará!!! #fiqueemcasa“
Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde
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