Correio Braziliense
postado em 04/07/2020 07:00
Com mais 42.223 confirmações do novo coronavírus, o Brasil ultrapassou ontem a marca de 1,5 milhão de infectados (1.539.081). Com o alto registro diário de pessoas atingidas, o país deve bater o recorde de casos semanais ao final da 27ª semana epidemiológica, que se encerra hoje. Ontem, foram acrescentadas, ainda, mais 1.290 mortes pela doença, totalizando 63.174 vidas perdidas.
O somatório de vidas perdidas para a covid-19 no Brasil seria capaz de superlotar o Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte, cuja capacidade é para 62 mil pessoas. Pior é que quase enche completamente o Estádio Plácido Castelo, o Castelão, em Fortaleza, com 63.903 assentos.
Mesmo antes de fechar a 27ª semana, o acumulado de casos está em 225.414 novos registros, 20.654 casos a menos do que o total registrado na última semana. No entanto, a média de acréscimos diários é quase o dobro, indicando, assim, que a curva de confirmações de infectados continua em alta. Todas as unidades da federação têm mais casos confirmados do que a Austrália, que, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, tem 8.255 confirmações. O Mato Grosso do Sul, último estado a romper a barreira de mil mortes, tem 9.388 infectados.
Quando o recorte são as vítimas da covid-19, o Brasil, segundo país com maior números absolutos de óbitos, tem acumulado similar à soma de fatalidades pela doença da Itália e Espanha. Juntos, os dois países europeus têm 63.218 perdas. Apesar dos altos indicadores, o Ministério da Saúde começou a observar uma tendência de estabilização das mortes pelo novo coronavírus que, segundo avaliação do estudo Epicovid-19 BR, mata 115 pessoas em um total de 10 mil infectados.
Patamar alto
No entanto, mesmo com uma possível estabilização na curva de mortes, especialistas afirmam que o país estacionou em um patamar muito alto. Nos últimos quatros dias, o Brasil registrou mais de mil mortes. Além disso, ao olhar para o número absoluto de óbitos nas unidades da federação, se observa que metade delas possui mais de mil mortes pelo novo coronavírus.
São Paulo ainda é considerado epicentro da doença: tem 15.694 mortes e 310.702 casos. Se fosse um país, estaria em quinto lugar em número de infectados, atrás apenas da Índia, da Rússia, do Brasil e dos Estados Unidos, nesta ordem. Primeiro estado a registrar casos, iniciar a subida da curva e a expansão da doença para os municípios interioranos, é, também, ponto de referência da situação brasileira.
“Se nós compararmos o gráfico da evolução da doença do Brasil com qualquer outro estado brasileiro, o estado que tem a maior semelhança com a evolução da doença é o de São Paulo. Obviamente que isso se deve em boa parte à grande população concentrada no estado e o significado que isso tem do ponto de vista demográfico”, explicou o coordenador executivo do Centro de Contingência da covid-19 de São Paulo, João Gabbardo.
Agora, São Paulo começa a estabilizar a curva nas regiões metropolitanas e, por outro lado, tem situação de alerta máximo no interior. “São Paulo, iniciando esse processo, deve refletir nos dados nacionais da forma correta e esperada”, prevê Gabbardo.
Depois de São Paulo, o segundo estado mais afetado em números absolutos é o Rio de Janeiro, com 118.956 casos e 10.500 óbitos. Ontem, Pernambuco bateu mais de 5 mil perdas, com 5.068 registros –– e se junta aos dois estados do Sudeste, ao Pará (que tem 5.050) e ao Ceará (que confirmou 6.351 mortes). Os outros oito estados com, pelo menos, mil mortes são: Amazonas (2.887), Maranhão (2.153), Bahia (2.001), Espírito Santo (1.758), Rio Grande do Norte (1.171), Alagoas (1.113), Minas Gerais (1.110) e Paraíba (1.062).
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