Caroline Cintra
postado em 09/07/2020 06:00
A infectologista Ana Helena Germóglio, do Hospital de Águas Claras, destaca que, mesmo sem comprovação científica da eficácia desses remédios, os profissionais da saúde são livres para prescrevê-los e devem arcar com as consequências. ;Qualquer medicamento usado com ou sem pedido médico pode ter efeitos colaterais;, explica.
Farmacêutico clínico do Hospital Anchieta, Vinícius Costa afirma que a automedicação pode mascarar os sinais de algo mais grave. ;Algumas medicações podem causar reações adversas em doses normais, imagine sem a orientação de um médico, quando o paciente pode tomar qualquer dosagem. A cloroquina e a azitromicina, por exemplo, podem causar arritmia cardíaca. A ivermectina pode causar tontura e urticária;, diz o especialista.
A psicóloga Roberta Castelo Branco, 34 anos, e o marido, o bombeiro Lauro Castelo Branco, 45, foram diagnosticados com a covid-19, em junho. Antes mesmo de consultar um médico, eles decidiram comprar a ivermectina ; remédio usado para tratamento de verme, parasita e ácaro. Só depois, procuraram um médico, amigo da família, para saber a dosagem certa. ;Percebi uma grande melhora no outro dia. Me deu mais energia. Fiquei melhor mais rápido;, conta Roberta.
Após obter resultado satisfatório, a psicóloga deu o remédio também aos filhos Miguel, 16, e Lara, 10, como medida preventiva ao coronavírus. Ela ressalta que o medo da evolução da doença leva muita gente a se automedicar e que há vários conteúdos na internet referentes às medicações. ;Eu mesma assisti a lives e vídeos com vários médicos falando sobre o protocolo de medicação em caso de suspeita da covid-19;, completa.