Na avaliação do economista, é preciso que uma consciência seja construída no país de que não poluir não é uma prerrogativa apenas dos países ricos. “O Brasil tem que sair da posição em que está hoje e ter uma liderança global no aspecto ambiental. O país tem um potencial enorme de contribuição para a humanidade” destacou Arida, nesta terça-feira (14/07), durante a apresentação da iniciativa Convergência pelo Brasil.
O economista lembrou que, além da Amazônia e sua enorme biodiversidade, o Brasil se diferencia dos demais por ter uma capacidade enorme de gerar energia hídrica, solar e eólica. “O Brasil pode ser um exemplo global de administração responsável e de preservação dos recursos minerais”, afirmou.
Para o ex-presidente do BC, a crise da covid-19 acentuou duas transformações na consciência coletiva que estarão mais presentes no futuro. Além da questão da preocupação com o meio ambiente, outro tema que precisa ser discutido pela sociedade e pelo governo nessa agenda de retomada é o combate ao aumento da desigualdade, porque os pobres morrem mais do que os ricos. "A sociedade precisa refletir seriamente como combater o aumento da pobreza", sugeriu.
“O mundo é interligado e o problema de saúde é em escala global e o do meio ambiente também. Por isso, temos que fazer alguma coisa porque temos uma crise mundial e que também é uma crise ambiental”, afirmou Arida durante a entrevista coletiva que contou com a participação de alguns dos signatários da carta assinada divulgada hoje, defendendo medidas para a retomada da economia que tenham como prioridade a preservação ambiental, propondo medidas em direção à redução das emissões de carbono e no desenvolvimento de tecnologias produtivas mais sustentáveis.
Assim como Arida, assinaram a carta os ex-ministros Alexandre Tombini, Armínio Fraga, Eduardo Guardia, Fernando Henrique Cardoso, Gustavo Krause, Gustavo Loyola, Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn, Joaquim Levy, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira, Nelson Barbosa, Pedro Malan, Rubens Ricupero e Zélia Cardoso de Mello.