Brasil

Pérsio Arida: Brasil precisa liderar retomada com preocupação ambiental

"O país tem um potencial enorme de contribuição para a humanidade", afirma ex-presidente do BC

Correio Braziliense
postado em 14/07/2020 14:53
Pérsio AridaO Brasil precisa ter uma posição de liderança na agenda de retomada com preocupação ambiental, na avaliação do economista Persio Arida, ex-presidente do Banco Central. Ele integra um grupo de 17 ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central que se uniram em uma iniciativa para uma retomada pós-pandemia de covid-19 mais sustentável, tendo como prioridade o meio ambiente. 

Na avaliação do economista, é preciso que uma consciência seja construída no país de que não poluir não é uma prerrogativa apenas dos países ricos.  “O Brasil tem que sair da posição em que está hoje e ter uma liderança global no aspecto ambiental. O país tem um potencial enorme de contribuição para a humanidade” destacou Arida, nesta terça-feira (14/07), durante a apresentação da iniciativa Convergência pelo Brasil. 

O economista lembrou que, além da Amazônia e sua enorme biodiversidade, o Brasil se diferencia dos demais por ter uma capacidade enorme de gerar energia hídrica, solar e eólica. “O Brasil pode ser um exemplo global de administração responsável e de preservação dos recursos minerais”, afirmou. 

Para o ex-presidente do BC, a crise da covid-19 acentuou duas transformações na consciência coletiva que estarão mais presentes no futuro. Além da questão da preocupação com o meio ambiente, outro tema que precisa ser discutido pela sociedade e pelo governo nessa agenda de retomada é o combate ao aumento da desigualdade, porque os pobres morrem mais do que os ricos. "A sociedade precisa refletir seriamente como combater o aumento da pobreza", sugeriu.

“O mundo é interligado e o problema de saúde é em escala global e o do meio ambiente também. Por isso, temos que fazer alguma coisa porque temos uma crise mundial e que também é uma crise ambiental”, afirmou Arida durante a entrevista coletiva que contou com a participação de alguns dos signatários da carta assinada divulgada hoje, defendendo medidas para a retomada da economia que tenham como prioridade a preservação ambiental, propondo medidas em direção à redução das emissões de carbono e no desenvolvimento de tecnologias produtivas mais sustentáveis. 

Assim como Arida, assinaram a carta os ex-ministros Alexandre Tombini, Armínio Fraga, Eduardo Guardia, Fernando Henrique Cardoso, Gustavo Krause, Gustavo Loyola, Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn, Joaquim Levy, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira, Nelson Barbosa, Pedro Malan, Rubens Ricupero e Zélia Cardoso de Mello.

Saiba Mais

Durante a entrevista coletiva, o ex-ministro da Fazenda e embaixador Marcílio Marques Moreira lembrou que o país precisa retomar esse protagonismo para melhorar a imagem, como aconteceu para a preparação da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92 ou Cúpula da Terra. “Havia um ruído e uma repercussão mundial de que o país não estava se preocupando em preservar aldeias indígenas e o então presidente José Sarney trabalhou na conversão do governo para o meio ambiente. Foi uma transformação grande e o país, de vilão, virou hospedeiro e batalhador de um dos maiores eventos do meio ambiente”, comparou.

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