Maíra Alves
postado em 14/07/2020 21:49

Os internautas que divulgaram o antigo comentário acusaram Atila de exagerar no risco representado pela pandemia. Nesta terça-feira, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a pouco mais de duas semanas de agosto, o Brasil atingiu a marca de 74.133 mortes. Por isso, muitos pregaram que o biólogo fosse "cancelado".
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Atila usou o perfil do Twitter para se defender das acusações e explicar o estudo. Segundo ele, num cenário de ;covid-19 sem freios;, uma pessoa com o coronavírus é capaz de infectar entre duas a três outras pessoas, em um intervalo médio de cinco dias. "Parece pouco, mas crescendo dessa forma, partindo de 10 casos, em menos de 2 meses são mais de 1 milhão de casos, em menos de três meses, são mais de 10 milhões", escreveu ele.
Isolamento "tosco" surtiu efeito
De acordo com o pesquisador, as medidas de distanciamento e isolamento adotadas por todo o Brasil, apesar de "toscas", segundo ele, atrasam a proliferação do vírus.
"O que o estudo de março do Imperial College não calculou bem porque era incerto ; e ainda é ; é o efeito de medidas de mitigação. Não contavam com máscaras e com o efeito do distanciamento reduzindo muito mais a transmissão do que os modelos assumidos na época;, observou.
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Os argumentos de Atila convenceram parte dos internautas, que manifestou apoio ao biólogo.
Os argumentos de Atila convenceram parte dos internautas, que manifestou apoio ao biólogo.
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O que mostram as projeções
Estudos que se baseiam em projeções tendem a ser, de fato, imprecisos, pois não conseguem calcular o impacto de fatores externos que podem influenciar os dados que estão sendo estimados. A Imperial College London, uma universidade respeitada, fez uma projeção que apontava o pior cenário caso nada fosse feito para conter o vírus.
Outra projeção do tipo, feita pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, apontou, por exemplo, que, se não houvesse nenhuma mudança significativa no avanço da pandemia, o Brasil deveria superar os Estados Unidos no número de mortes de covid-19 em 29 de julho próximo.
Segundo o modelo matemático, usado pela Casa Branca na tomada de decisões, o Brasil terá um total de 137,5 mil mortos, enquanto os EUA, 137 mil nesse dia. Caso a estimativa se confirme, o Brasil terá tanto o recorde mundial de mortos por covid-19 quanto o maior número de mortes em um só dia: 4.071. Vários fatores, porém, podem interferir no desenrolar da pandemia e os números não se confirmarem.
Outra projeção do tipo, feita pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, apontou, por exemplo, que, se não houvesse nenhuma mudança significativa no avanço da pandemia, o Brasil deveria superar os Estados Unidos no número de mortes de covid-19 em 29 de julho próximo.
Segundo o modelo matemático, usado pela Casa Branca na tomada de decisões, o Brasil terá um total de 137,5 mil mortos, enquanto os EUA, 137 mil nesse dia. Caso a estimativa se confirme, o Brasil terá tanto o recorde mundial de mortos por covid-19 quanto o maior número de mortes em um só dia: 4.071. Vários fatores, porém, podem interferir no desenrolar da pandemia e os números não se confirmarem.
Quem é Atila Iamarino
Atila Iamarino, 36 anos, é biólogo, doutor em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado pela USP e pela Yale University. Iamarino estudou disseminação de vírus, como o do Ebola, HIV e o Zika. É famoso nas redes sociais também por comandar o canal Nerdologia, com 2,9 milhões de inscritos no YouTube.
Atila é, também, fundador do ScienceBlogs. Uma rede de cientistas que trabalham para tornar o conhecimento científico mais próximo do cotidiano dos brasileiros.
O vídeo em que o biólogo comenta o estudo do Imperial College de Londres foi visto por mais de 5,5 milhões de pessoas, o que levou Iamarino, na ocasião, aos assuntos mais comentados do Twitter e, posteriormente, ao Roda Viva, programa da TV Cultura onde sua participação rendeu o recorde de edição mais vista da história, antes detido pela entrevista com o então ministro Sergio Moro.