Brasil

Derrubada não causou exoneração

Correio Braziliense
postado em 15/07/2020 04:16

O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, afirmou ontem que a exoneração de Lubia Vinhas, coordenadora-geral de Observação da Terra — departamento reponsável pelos sistemas que acompanham o desmatamento na Amazônia e no Cerrado —, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), não tem relação com o aumento dos alertas de desmatamento na Amazônia Legal. A saída foi publicada na última segunda-feira, três dias depois da divulgação dos dados referentes a junho.


A pasta justificou que a servidora apenas mudou de coordenação, passando para um de base de informações georreferenciadas na nova estrutura organizacional, que é inserida em um departamento chamado Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica. “A transferência de Lubia para esse novo setor acabou acontecendo em um momento que chamou a atenção de todo mundo. Ela foi transferida por causa da reestruturação, mas o pessoal ficou olhando para o momento, pelo aumento dos alertas de desmatamento. Basicamente, foi um mal entendido”, disse Pontes, em coletiva na qual participou o diretor interino do Inpe, Darcton Policarpo Damião, militar da Força Aérea Brasileira (FAB). Em vários momentos, o ministro frisou que o coordenador direto dos sistemas de monitoramento será Cláudio Almeida, atualmente coordenador do Programa Amazônia, subordinado à Coordenação-Geral de Observação da Terra — que era dirigida por Lubia.
A reestruturação, conforme explicado por Darcton, agrupará áreas até então descentralizadas. Ele afirmou que a estrutura atual possui muitos diretores e uma base escassa, com coordenações com uma pessoa só. A ideia é mudar isso, mas sem suprimir nenhuma das estruturas do Inpe. No ano passado, o ex-diretor do Inpe Ricardo Galvão foi exonerado também após a divulgação de dados que mostraram um aumento expressivo do desmatamento, criticado por Jair Bolsonaro. Questionado, Pontes afirmou que o pesquisador não foi demitido devido aos resultados, mas porque rebateu as críticas do presidente.

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