Brasil

Pasta volta a culpar inverno

Correio Braziliense
postado em 30/07/2020 04:04

Além de indicar o aumento do diagnóstico da covid-19 como fator determinante no aumento de contágio no país, o Ministério da Saúde voltou a relacionar sazonalidade e crescimento de registros diários. “Essa sazonalidade, do inverno, nos estados do Sul e Centro-Oeste, tem um papel preponderante e extremamente importante; não apenas para a covid-19, mas para doenças respiratórias. [...] Junto com a sazonalidade há uma tendência de aumento do número de casos”, afirmou o secretário de vigilância em saúde da pasta, Arnaldo Correia.


A declaração, no entanto, difere do que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS), que atesta que o Sars-CoV-2 não se comporta de maneira sazonal, como o vírus da influenza, por exemplo. “As pessoas ainda estão pensando sobre estações do ano. O que todos precisamos ter na cabeça é que esse é um novo vírus e está se comportando de forma diferente”, destacou a porta-voz da entidade Margaret Harris na última terça.


Questionado pelo Correio se a pasta estaria a par da declaração da OMS, o secretário afirmou que, apesar de respeitar a opinião da organização, consegue fazer uma associação do inverno com os novos casos. “O surto inicial da doença no hemisfério norte estava em pleno inverno, e ocorreu um grande boom da doença nos países que estavam vivendo uma situação de um inverno mais rigoroso. O inverno no hemisfério sul, por assim dizer, é mais no período em que estamos vivendo, e a gente vê que os países que têm o inverno mais rigoroso no hemisfério sul estão tendo aumento mais significativo de casos da doença. Com todo o respeito à opinião da Organização Mundial da Saúde, a gente consegue fazer uma associação da sazonalidade com as doenças respiratórias”, insistiu Correia.

Regiões
Apesar de perceber um maior aumento de casos no Centro-Sul do país, o Norte e o Nordeste, que relataram queda na confirmação de infecções nas últimas semanas, registraram um aumento de 8% e 27%, respectivamente, entre a 29ª e a 30ª semana epidemiológica. O Centro-Oeste foi a região com o maior incremento: 63%. Em seguida está o Sudeste, com 51% de aumento. A região Sul registrou um crescimento de 25% de uma semana para a outra. Já em relação aos óbitos confirmados pela doença, somente o Nordeste apresentou queda nos registros; a região relatou uma queda de 8% em relação à semana anterior. (BL e MEC)

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