Correio Braziliense
postado em 02/08/2020 04:13
A Secretaria de Saúde de São Paulo informa que apenas seis dos 645 municípios do estado, epicentro da covid-19 no Brasil, resistem à chegada da doença. No balanço do Ministério da Saúde, apenas uma está livre da pandemia. A divergência se dá porque, enquanto os municípios excluem os casos que foram registrados no local, mas que se referem a moradores de cidades vizinhas, o ministério não faz esse filtro.Apesar de, assim como Santana, terem como vantagem uma baixa densidade demográfica e menor movimentação populacional, as cidades paulistas estão ao lado de locais com alto descontrole da doença e taxas de transmissão agudas.
Próximo à divisa com o Paraná, Cruzália, com apenas 2.274 habitantes, registrou 28 casos suspeitos, mas nenhum deles teve o diagnóstico positivo para o vírus. A médica Paula Iara de Souza, que faz o monitoramento, explica que, mesmo sem casos confirmados, o trabalho de vigilância é feito com todo o cuidado. “Partimos do pressuposto de que pode haver contaminação a qualquer momento. Não liberamos as atividades, não fazemos festas e mantemos o isolamento e o rastreio da população.”
“Tomamos as medidas de forma precoce, quando só havia casos no Rio de Janeiro e em São Paulo, no final de março. Como é uma cidade pequena, conseguíamos saber quem vinha de fora para fazer o acompanhamento”, conta a médica.
Segundo Paula, no início, a indicação a essas pessoas era o isolamento preventivo. “Não implantamos barreiras físicas. Não faz muito sentido, porque Cruzália é uma cidade por onde passa muita gente, e tem muitas saídas. Às vezes, a gente ia parar alguém que nem ficaria na cidade e acabaria contaminando os profissionais de saúde”, disse. Atualmente, explica, o isolamento preventivo faz sentido porque toda a região tem transmissão comunitária.
Outra medida tomada foi o fechamento das atividades não essenciais por algum tempo. “Inicialmente fechamos tudo por um período, até para estabelecer nossa resposta à pandemia. Até hoje, o consumo no local está proibido em bares e restaurantes”, ressalta Paula. A máscara também é item essencial e ainda há um disque denúncia contra aglomerações.
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