Brasil

Levantamento aponta que redução de operações policiais reduziu mortes no RJ

De acordo com o levantamento, a redução não só reduziu o número de mortos, mas também de feridos

Correio Braziliense
postado em 03/08/2020 13:33
Operação policialApós liminar que restringe operações policiais na Região Metropolitana do Rio de Janeiro houve uma redução no número de pessoas feridas, de mortes violentas e até de ocorrências criminais. Os dados são da pesquisa feita pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI/UFF) e pelo Datalab Fogo Cruzado – RJ. A publicação compara os números do período de 31 dias, a partir 5 de junho deste ano, data que foi proferida a Decisão liminar na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental de nº 635, pelo Ministro Edson Fachin; e o período entre 2007 e 2019.

No período do dia 5 de junho até o dia 5 de julho, foi registrada a frequência mais baixa de operações policiais desde 2007. A redução observada foi de 78%, em relação à média dos anos analisados; e de 75%, frente a estimativa para 2020. O resultado dessa diminuição, segundo o material, foi quase a metade de pessoas férias em relação à média entre 2007 e 2019. Comparada a estimativa para esse ano, a redução chegou a 69%.

“Com relação aos mortos, houve, no mesmo período, uma redução 72,5% dos óbitos decorrentes de operações policiais em relação à média de mortes no mesmo período entre 2007 e 2019 e redução de 77,0% de mortos em relação à estimativa para 2020, seguindo o cálculo de tendência”, alerta o texto, que ainda ressalta que dado especulativo-projetivo apontam que a Medida Cautelar tenha poupado 30 vidas em 31 dias. “Caso mantida em vigor esta Medida Cautelar, após um ano, contando trinta mortos por cada um dos doze meses do ano, estima-se que cerca de 360 vidas de cidadãos comuns e policiais terão sido poupadas”.

Para realizar o levantamento, a pesquisa utilizou dados oficiais do Instituto de Segurança pública (ISP-RJ) sobre ocorrências policiais; dados sobre tiroteios do Datalab Fogo Cruzado – RJ e números dos dados sobre operações policiais produzidos pelo GENI/UFF. O que norteou o estudo foi descobrir se as operações policiais estão relacionadas ao aumento ou diminuição da criminalidade violenta e, caso estejam relacionadas, qual seria essa relação.

O cruzamento desses dados pontou que as operações não são eficientes em reduzir a ocorrência de crimes e aparentam contribuir com o aumento dessas ações. Ainda de acordo com o texto: “nos primeiros 31 dias de vigência da liminar proferida pelo Ministro Fachin houve uma redução significativa do número de operações policiais que foi acompanhada de uma diminuição do número de feridos, de mortes violentas e de ocorrências criminais”.

Saiba Mais

O ano de 2014, segundo o estudo, é o que apresenta o maior patamar de toda a série histórica em relação a frequência de operações policiais na RMRJ e o ano de 2012, o menor. “Os períodos de maior ocorrência de crimes contra a vida, acima da média do período, são entre os anos de 2007-2009 e 2017-2018, sendo 2007 o maior patamar da série. O período entre 2010-2016 ficou abaixo da média, sendo o ano de 2012 o menor patamar histórico”, diz a publicação sobre a evolução de crimes contra a vida. O levantamento ainda apresenta dados sobre os crimes contra o patrimônio, neste caso, a evolução dos crimes contra o patrimônio é diferente das operações policiais. 

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