Brasil

Covid-19: Ministério da Saúde terá R$ 1,9 bilhão para compra de vacinas

O anúncio foi feito pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto, durante coletiva de imprensa

Com 2.750.318 de infecções e 94.665 mortes provocadas pela pandemia do novo coronavírus e ainda distante de uma possível queda sustentada da curva da doença, o país agiliza os planos para garantir doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford, considerada a mais promissora imunização na corrida contra o vírus. Para isso, o Ministério da Saúde prepara uma medida provisória de crédito orçamentário extraordinário no valor de R$ 1,9 bilhão para viabilizar 100 milhões de doses do imunizante.

O anúncio foi feito pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto, durante coletiva de imprensa, ontem. Segundo ele, a medida provisória se encontra em estudo no Ministério da Economia e o acordo entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica britânica AstraZeneca deve ser assinado até 14 de agosto. “É uma previsão dada pela própria Fiocruz”, indicou.

Segundo o ministério, o acordo prevê o início da produção da vacina no Brasil a partir de dezembro deste ano e garante total domínio tecnológico para que a Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, tenha condições de produzir a vacina de forma independente. De acordo com a pasta, o valor será gasto da seguinte forma: R$ 1,3 bilhão para despesas correntes referentes a pagamentos à AstraZeneca; R$ 522,1 milhões, em despesas correntes necessárias ao processamento final da vacina por Bio-Manguinhos/Fiocruz; e R$ 95,6 milhões, em investimentos necessários para absorção da tecnologia de produção pela Fiocruz.

Questionado sobre quem receberá a vacina em um primeiro momento, Angotti indicou que idosos, pessoas com comorbidades, profissionais de saúde, professores, profissionais de segurança, indígenas, motoristas de transporte público e pessoas privadas de liberdade serão contempladas, mas que isso ainda pode mudar. “Serão acompanhadas as melhores evidências científicas disponíveis e serão feitas diversas análises epidemiológicas para ter o melhor plano de distribuição da vacina possível conforme os dados se atualizem”, declarou.

Balanço 
Ontem, o país registrou mais 16.641 casos e 561 óbitos pela covid-19. Atualmente, 20 estados e o Distrito Federal já ultrapassaram mil óbitos pelo novo coronavírus cada. Quem lidera o ranking brasileiro é São Paulo, com 23.365 óbitos pelo novo coronavírus. O Rio de Janeiro é o segundo, com 13.604 vítimas da doença. Em seguida estão: Ceará (7.752), Pernambuco (6.669), Pará (5.784), Bahia (3.624), Amazonas (3.288), Maranhão (3.069), Minas Gerais (2.894), Espírito Santo (2.601), Paraná (2.050), Rio Grande do Sul (2.016), Mato Grosso (1.907), Rio Grande do Norte (1.894), Paraíba (1.870), Goiás (1.716), Alagoas (1.607), Distrito Federal (1.546), Sergipe (1.489), Piauí (1.385) e Santa Catarina (1.196).