Jornal Correio Braziliense

Canta Brasília

Câmbio Negro colocou Ceilândia no mapa do rap

Ceilândia Revanche do Gueto é um grito de amor à cidade satélite

e mandar um vídeo com duração de uma a quatro minutos, com a letra original sobre Brasília de autoria própria ou de terceiro que tenha cedido os direitos autorais. Leia todo o regulamento na página do concurso e confira todos os requisitos.

Os vencedores serão escolhidos por uma comissão de representantes do Diários Associados, após votação do público, que elegerá cinco finalistas. Os prêmios são: uma guitarra da fabricante norte americana Fender, oito horas de gravação em estúdio, 30 segundos de veiculação da música vencedora nos intervalos da rádio Clube FM, bem como a publicação da íntegra da letra no caderno especial do aniversário de Brasília. Não dá para perder!

Ouça a música

[VIDEO1]

Conheça a letra da música

Ceilândia Revanche do Gueto

"Ceilândia ceilândia
Ceilândia ceilândia

Respeito todas as quebradas becos e vielas
Quebras cabulosas satélites e qualquer favela
Todas se parecem muito só que a cei é diferente
Na nossa quebrada a parada é mais quente
Mais de 500 mil e pra eles somos lixo
Lutando pra sobreviver tratados como bichos
Escrotos ratos de esgotos vermes rastejantes
Cobras bichos peçonhentos monstros repugnantes
Terra sem lei nova babel casa do caralho
Cu do mundo baixa da égua
Foda-se o que dizem véi
Ceilândia é minha quebra
Movimento aos sábados em frente ao quarteirão
Df zulu ta na barca e aí moleque então
Domingo tem feira roda de capoeira
Meia lua queixada bença armada
Mortal martelo rodado "s" dobrado rasteira
Pernas subindo suor descendo molhando o asfalto
E o berimbau fala alto
Sou da ceilândia eu sou mais eu
Falo faço e aconteço
Por essa terra tenho apreço
Essa é minha quebrada não pega nada
Câmbio negro ta na área falando sem embaraço
Se o bicho pega pro seu lado colega véi um abraço
Agora sim:
Com o passar dos tempos a periferia passa a ter voz
Não que não houvesse no passado só que nos bboys
Éramos mais oprimidos que na atualidade
Seguindo em frente rap nacional é a revanche do gueto
X diz a verdade
Na hora grande é a hora em que tudo acontece
Mau ta solto na rua a mortalidade cresce

Criança jovem ou velho quase ninguém vê as caras
Não adianta chorara na hora de ir pra vala
Chuva de balas confronto polícia e ladrão
Irmão matando irmão
Prostitutas na esquinas churrasquinho de gato
A boca na rua de baixo
Moleque troca o ferro pelo fumo barato
Cana recebe seu troco
Pra manter o puteiro aberto e é certo
Semana que vem ta na área de novo
Paparicando o cafetão e babando o seu ovo
Assim é a minha quebrada pontos bons e ruins enfim
Aqui é assim gosto mesmo assim
Nasci pra ela e ela pra mim
Ceilândia
Mesmo que muitos considerem parada indigesta
Pra quem sobrevive na bocada véi todo dia é festa

Skatitas e bikers voam no radical
Curtem gog racionais thaíde câmbio negro normal
Cirurgia moral morte cerebral
Reverso da moeda revanche do gueto
Amarelos brancos negros ou pretos
Lado sujo da história porco na engorda síndrome de caim
Moleque de atitude te boda
Ceilândia, você é foda!"