Canta Brasília

Moradores do Riacho Fundo, Kleuton e Karen vêm faturando honrarias

A dupla conquistou um destaque no prestigiado Prêmio da Música Brasileira

postado em 21/04/2013 07:00

Fábio Miranda, Cacai Nunes e a dupla Kleuton e Karen: muitas abordagens da nova geração de violeiros

Manter a chama acesa não é tarefa pouca, mas Kleuton e Karen não se intimidam. Moradores de Riacho Fundo, ; ele com um pé na roça, ela criada em Ceilândia, ; vêm faturando as honrarias mais importante do gênero, com destaque para o prestigiado Prêmio da Música Brasileira, na categoria regional, em 2012. ;São seis anos de namoro, seis anos de dupla, seis anos de casados e 22 títulos de festival;, enumera Karen, nome artístico de Fabíola Souza e Silva, 30 anos. Dois discos da dupla foram produzidos por Cassiano, o irmão de Zé Mulato. Se Kleuton e Karen se sentem os herdeiros legítimos dos mestres? ;Meu sonho, mas não chega a essa tupelança toda não!”, ri Kleuton. ;A gente é fã demais deles. Mas é igual a Tião Carreiro ; a cadeira fica vazia, não tem substituto;, completa a mulher.

O solo chucro do Planalto veio a ser arado por muitos talentos da música, que, a seu modo, reinventaram a tradição caipira. Nessa seara, destaca-se Marcos Mesquita, 52 anos, professor de viola da Escola de Música de Brasília. Filho da experimentação dos anos 1970, Mesquita passou pelo rock e escolheu a viola pelo timbre. Estabeleceu parceria com outro violeiro da pesada, Aparício Ribeiro, e criou o rótulo ;viola progressiva; para se explicar. ;De que um violeiro precisa? Resumi a coisa a três palavras: dar o recado.;

A mente aberta de Mesquita não tardou a frutificar em alunos brilhantes. Cacai Nunes, 34, é o responsável pela implantação do curso de viola caipira na Escola de Choro Raphael Rabello. Como violeiro, sua música incorpora de forró a candomblé, passando por maxixe, choro, coco, frevo etc. O próprio Cacai já formou muita gente. Quem o sucede agora como titular na Escola de Choro é um antigo chapa, Fábio Miranda, 30 anos, carioca radicado na capital federal desde 1989. ;Hoje tem muitos artistas que usam a referência caipira para trabalhar a sua expressão, dentro da sua arte, não necessariamente sendo um elo daquela cadeia de tradição oral. E sabe o que ele descobriu? ;O sertão está em todo lugar, está dentro da gente, é um estado de espírito;, como em Guimarães Rosa."

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