postado em 21/04/2013 07:00
Em 1990, Brasília chegava àquela idade de que todo jovem tem horror: 30 anos. Para comemorá-la, foi lançado o disco Brasília Ano 30: Uma Antologia Musical, uma raridade que reuniu 30 canções em homenagem à capital federal. A coletânea teve a participação de músicos consagrados na cidade, como Oswaldo Montenegro, Odette, Beth e Jaime Ernest Dias, Ricardo Vasconcellos e Elenice Maranesi.
O álbum foi fruto de um concurso cultural promovido pelo então empresário Márcio Cotrim ; atual diretor cultural da Fundação Assis Chateaubriand ; no fim de 1989. ;Colocamos até anúncio nos jornais da cidade pedindo para que as pessoas enviassem músicas sobre Brasília;, recorda. Das 87 composições enviadas, 30 foram escolhidas. Na mesma época, também foi lançado o CD Brasília de Todos os Cantos.
Entre as canções, estão Um telefone é muito pouco, de Renato Matos; Flor do cerrado, de Gal Costa; o hino oficial da cidade, de Neusa França e Geir Campos; o hino Brasília, capital da esperança, de Capitão Furtado e Simão Neto, além de Magia, de Oswaldo Montenegro. ;Brasília está completamente inserida na música, em todos os sentidos. Morando aí, vivi os momentos mais incríveis da minha vida, sempre ouvindo dizer que Brasília é a terra que todos os místicos apontam como abençoada;, relata o cantor.
Pé de pequi, de Elenice Maranesi, é outra pérola do disco. ;Fiquei feliz com o convite generoso para incluir Pé de pequi, que já era bastante conhecida entre a música instrumental aqui em Brasília;, relembra Elenice. A pianista descreve que a música ;nasce tortuosa, sem direção, para seu crescimento e desenvolvimento;, em comparação com os troncos das árvores do cerrado.
A comissão julgadora era formada pela dupla Kleiton e Kledir e pelos pianistas Renato Vasconcellos e Reinaldo Araújo, o ;Papinho;. ;Esse disco tem músicas compostas na década de 1960, tendo Brasília como inspiração, que talvez tivessem ficado esquecidas;, ressalta Renato. ;É um disco importante pelo registro, pela memória;, completa.
Flor do Cerrado
Composicão: Caetano Veloso
Canta: Gal Costa
Todo fim de ano é fim de mundo e todo fim de mundo
É tudo que já está no ar, tudo que já está
Todo ano é bom todo mundo é fim, você tem amor em mim?
Todo mundo sabe e você sabe que a cidade vai sumir por debaixo do mar
É a cidade que vai avançar, e não o mar, você não vê
Mas da próxima vez que eu for a Brasília
Eu trago uma flor do cerrado pra você
Mas da próxima vez que eu for a Brasília
Eu trago uma flor do cerrado pra você
Tem que ter um jeito e vai dar certo e Zé me diz
Que ninguém vai precisar morrer para ser
Para tudo ser eu você
Todo fim de mundo é fim de nada é madrugada
E ninguém tem mesmo nada a perder
Eu quero ver, olho pra você, tudo vai nascer
Mas da próxima vez que eu for a Brasília
Eu trago uma flor do cerrado pra você
Confira algumas músicas que homenageiam Brasília
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