postado em 18/02/2012 16:13
O Cordão da Bola Preta arrasta cerca de 2,3 milhões de foliões na tarde deste sábado (18/2), de acordo com a Polícia Militar. Coelhinhas, bailarinas, punks, abelhas e perucas coloridas sobressaíam-se entre a multidão de fantasias de bolinhas pretas, no mais tradicional e repleto bloco de rua carioca. Devido ao forte calor de mais de 30 graus Celsius (;C), a maioria optou por roupas leves e curtas, sobretudo, os homens cujas sainhas e sutiãs eram mais ousados que os das foliãs.A concentração começou às 8h. Às 10h, quando o bloco saiu, a Avenida Rio Branco estava tomada de pessoas sambando e cantando marchinhas. Pela segunda vez no carnaval carioca, a paraense Rosiclea Margalha disse que a Bola Preta foi tão marcante no ano passado que este ano ela trouxe a filha e a irmã.
;Foi emocionante. É um carnaval muito nostálgico. A gente lembra da infância, das músicas daquela época e se arrepia. Ano passado viemos eu, meu marido e meus cunhados. E este ano trouxemos o resto da família;, disse a fisioterapeuta, com um vestido branco de poá preto, estampa idêntica a do restante dos parentes.
Para Sidney Souza de Assunção, este é o sétimo ano na Bola Preta. Precavido, trouxe uma caixa de isopor com rodinhas, carregado de bebidas para ele e os amigos. ;São mais de dez engradados de cerveja. Dá para este e os outros blocos para onde iremos depois. Ainda não sei qual. Na hora a gente vê;, disse o jovem coberto por uma espessa barba e peruca preta, numa mescla entre o chefe da Al Qaeda Osama Bin Laden e o Brutus, o algoz do Popeye.
O secretário municipal de Conservação, Carlos Roberto Osório, garantiu que a prefeitura se preparou para receber cerca de 2 milhões de pessoas no bloco, com centenas de garis e banheiros químicos. ;A Bola Preta talvez seja o maior desafio de logística do carnaval. E acredito que irá arrastar mais de 2 milhões de foliões e bater o recorde em número de pessoas no mundo inteiro. São mais de 500 garis da Comlurb [Companhia Municipal de Limpeza Urbana] espalhados por toda a [Avenida] Rio Branco, além da última ala do bloco que é composta pelos garis, que vão fazendo a limpeza à medida que o bloco avança;, explicou Osório.
Moradora de Bangu, zona oeste, Renata da Silva de Mattos aprovou a organização do bloco. Na fila para um dos banheiros químicos com a filha Yasmim de 2 anos, a dona de casa disse que pretende voltar no ano que vem. ;Como não estou trabalhando este ano, aproveitei a oportunidade e vim conhecer. Gostei muito;.
O Cordão do Bola Preta foi fundado em 1918. Suas cores são o Branco e o Preto, e o uniforme oficial é qualquer roupa branca com bolinhas pretas. O bloco toca apenas marchinhas, a última delas é a Cidade Maravilhosa, composta por André Filho em 1935.