postado em 21/02/2012 11:05
Há 34 anos, o bloco Sociedade Armorial Patafísica Rusticana vem na contramão da W3 Norte-Sul, todos os domingos e as terças de carnaval. Mais conhecido como Pacotão (irônica homenagem ao Pacote de Abril, lançado pelo general Geisel, em 1977), é símbolo do carnaval de rua de Brasília. A sua trajetória (crítica ferrenha à política brasileira) foi construída pelos irreverentes foliões da cidade conhecido como Pacoteiros. Mesmo sem atrair um grande público como antigamente ; foram 4 mil no último domingo (a oferta de opções para os foliões aumentou) ;, o bloco não deixa ninguém parado. Hoje é dia! A concentração começa às 11h, na entrequadra 302/303 Norte. Às 15h, ele parte rumo à 504 Sul, na contramão da via W3.O responsável pela trupe carnavalesca é o boneco Charles Preto. O personagem presidente do bloco foi criado para despistar os militares de qualquer problema envolvendo o Pacotão. É ele que abre o desfile pelas ruas do Plano Piloto e representa o então diretor do Departamento de Turismo (Detur), Carlos Black Pereira. Mas as anárquicas homenagens não param por aí: Itamar Franco, Lula, Fernando Henrique Cardoso e os corruptos da vez são alguns dos nomes lembrados em máscaras, fantasias e faixas.
As histórias de três décadas de carnaval e protestos estarão no livro Pacotão: Um bloco na contramão. A obra, organizada por Fernando Fonseca (o mesmo de Beirute ; Bar que inventamos), registra em 500 páginas ilustradas por cerca de mil fotos textos da imprensa e de integrantes do grupo. ;O livro resgata a história da cidade em termos culturais e traz toda a irreverência do bloco. Ele já está pronto, mas temos dificuldades de patrocínio. Afinal, quem vai bancar algo sem fins lucrativos e que esculhamba todo mundo que merece? Apesar da resistência daqueles que não querem, Pacotão: Um bloco na contramão será publicado;, acredita Fonseca.
A matéria completa, você lê na edição impressa do Correio Braziliense desta terça-feira (21/2).