postado em 09/01/2016 08:10
Há quem considere janeiro apenas um grande vácuo entre o réveillon e o carnaval. Porém, para aqueles que são foliões o ano inteiro, já é tempo de colocar o bloco na rua. E, em 2016, são exatamente eles que serão os grandes puxadores da alegria. Na última terça-feira, o Governo do Distrito Federal anunciou que investirá R$ 780 mil para instalar banheiros químicos, alambrados e alugar carros de som para auxiliar 30 blocos.
Porém, os organizadores não esperam apenas o repasse distrital. Vários deles não só buscam formas de conseguir investimentos diretamente com os foliões como trabalham para que a festa não seja apenas uma celebração hedonista, mas tenha um lado social por trás dos confetes. O Bloco do Amor, que sai pela primeira vez em fevereiro e promove três ensaios a partir de hoje, para arrecadação de fundos para o desfile, vai usar o lucro dos eventos para financiar a criação da Primeira Associação de Prostitutas do DF, a Tulipa do Cerrado. As festas ocorrem sempre às 22h, na Star Night (Setor Comercial Sul) e o ingresso custa R$ 25 (por dia).
;Eu me sinto honrada em fazer parte do carnaval de Brasília. Precisamos mostrar que há ocupação saudável das ruas, juntando histórias de vida, sem ignorar quem está nelas;, afirma Elô Barbosa, uma das organizadoras. O bloco, que vai sair pela Via S2, quer discutir, na folia, quem são os protagonistas dessas vias brasilienses. ;Vamos falar de amor: amor ao próximo, amor ao carnaval. E vamos para as ruas.;
A ocupação urbana é uma das grandes motivações de quem organiza a festa de Momo. O médico Danilo Coelho, 35 anos, é um dos promotores do Abrindo a Roda, que vai desfilar no Parque Urbano Bosque do Sudoeste no dia 17. ;Nosso interesse é fazer com que a comunidade participe porque somente a partir disso é que o evento se tornará uma autêntica demonstração da mobilização das ruas.; Inteiramente feito por voluntários, o grupo faz apresentações de chorinho no local e, para Danilo, montar um bloco foi uma extensão natural desse trabalho.