Jornal Correio Braziliense

Carnaval2018

Carnaval em Brasília tem opção para quem gosta de música de diversas tribos

Seja frevo, samba, axé, batida eletrônica e até rock, o carnaval em Brasília tem opção para quem gosta de música de diversas tendências



Os que fogem da tradição

Em 2018, a Secretaria de Cultura do DF contabilizou 136 blocos carnavalescos, 18 a mais em comparação com o ano passado. Um deles é a agremiação Unidos da Batida por Minuto. Nascido em São Paulo, é o primeiro evento para quem gosta de música eletrônica a desfilar em Brasília. A ideia surgiu em 2016. No primeiro ano, a agremiação arrastou um público de quase 2 mil pessoas. Em 2017, o número chegou a 10 mil. ;Em São Paulo não tinha isso e a população gosta. Depois, vários outros surgiram com a mesma pegada. O carnaval precisa continuar, mas cada um no seu estilo;, completou Bruno. A meta, agora, é expandir pelo país. ;Estamos em conversa com Rio de Janeiro e Belo Horizonte para 2019. Esperamos dar certo;, concluiu o publicitário.

A agremiação do professor de história Leonardo Krieger, 33, chamada Populares do Pânico, é exclusivamente de rock de raiz. O repertório envolve bandas como Guns N; Roses, Led Zeppelin, Iron Maiden e Kiss. ;O carnaval brasiliense não tinha o rock ;n roll de rua. Sentia falta disso;, disse Leonardo, que criou o bloco em 2011. À época, ele resolveu sair com uma bateria de carro, grupo de 30 pessoas e fazer um evento rock;n;roll a céu aberto. A caminhada aconteceu por vias da W2 Norte. ;Ano passado, tivemos 2 mil pessoas. O pessoal gosta;, concluiu Leonardo.



; Um pouco de história


Samba

Nasceu da fusão dos estilos musicais africano e brasileiro durante o período colonial, sendo que é comparado às danças tribais da África. As letras, em sua grande maioria, retratam o cotidiano das cidades, principalmente das regiões de maior vulnerabilidade. Os mais conhecidos são os sambas da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Axé

O gênero musical baiano nasceu na década de 1980. O axé é ligado ao carnaval de Salvador. O termo, além disso, possui significado religioso. Oriundo do candomblé e da umbanda, dizer ;axé; para alguém é o mesmo que distribuir energias positivas. Como ritmo, tem um pouco do frevo pernambucano, dos ritmos afrobrasileiros, do reggae, do merengue, do forró, do maracatu e resquícios do gingado afro-latino.

Frevo

É conhecido pelo ritmo acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente das suas agremiações para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, a dança do frevo foi utilizada inicialmente como arma de defesa dos passistas .

Eletrônico

A música eletrônica é criada ou modificada pelo uso de equipamentos e instrumentos como sintetizadores, gravadores digitais, computadores ou softwares de composição. A princípio foi relacionada ao rock e, posteriormente, passou a um gênero musical próprio.

Marchinhas

Gênero predominante no carnaval dos anos 20 aos anos 60 do século passado, altura em que começou a ser substituída pelo samba-enredo. Isso porque as escolas de samba não queriam pagar os altos preços cobrados pelos compositores musicais. Mas as marchinhas carnavalescas não foram esquecidas, mas sim adotadas se tornando uma grande atração do carnaval pelo Brasil.

Rock

Nasceu nos Estados Unidos ao final dos anos 1940 e início dos anos 1950. Possui raízes do country, blues, R e gospel. Além disso, faz fusão com ritmo rápido e pitadas de música afro do sul dos EUA. Uma das características mais importantes do estilo é o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo.