Carnaval2018

Axé na Bahia, desfile em São Paulo e frevo em Olinda dão o tom da folia

Axé nos trios elétricos da Bahia, samba na segunda noite de desfile em São Paulo e frevo de Olinda e Recife dão o tom da folia

Maiza Santos*
postado em 10/02/2018 08:00

Em Pernambuco, o carnaval foi marcado pela pluralidade, com uma mistura de manifestações culturais. Na capital, os blocos garantiram a batucada durante a festa do Rei Momo


Do Axé nos trios elétricos da Bahia aos desfiles das escolas de samba de São Paulo, passando pelo frevo que tem animado os foliões nas ruas de Olinda e Recife, começa o carnaval em todo o Brasil. O fim de semana será marcado por festas que misturam todos os ritmos e cores nos principais destinos escolhidos para as comemorações no país. Em São Paulo, sete escolas desfilarão hoje.

No sambódromo paulista, as agremiações que se apresentarão, pela ordem, são X-9 Paulistana, Império de Casa Verde, Mocidade Alegre, Vai-Vai, Gaviões da Fiel, Dragões da Real e Unidos de Vila Maria. Ontem, ainda restavam ingressos, dos 33 mil colocados à venda no site da Liga das Escolas de Samba. A expectativa é de que o evento receba 120 mil pessoas nos dias de desfile do grupo especial e de acesso.

A apuração das notas será na terça-feira e as duas escolas com menor pontuação serão rebaixadas para o grupo de acesso. A Acadêmicos do Tucuruvi não será julgada. A escola foi vítima de um incêndio que destruiu suas fantasias no início do ano e desfilará sem competir, com lugar garantido em 2019.

Além dos desfiles, o carnaval de São Paulo contará com shows que prometem agitar o fim de semana. O Vale do Anhangabaú, que terá atrações no palco principal todo os dias, recebe o cantor pernambucano Johnny Hooker hoje. Amanhã, o funk carioca invade a cidade com a apresentação do grupo Heavy Baile e participação de MC Carol, no centro da capital paulista.

[SAIBAMAIS]Os desfiles no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, começaram ontem, com as agremiações da série A, na disputa pelo título que confere o acesso à elite das escolas de samba. Ao todo, 13 escolas desfilarão. No domingo e na segunda-feira, o grupo especial tomará conta da avenida.

Em Pernambuco, o carnaval, marcado pela pluralidade, traz uma mistura de ritmos e manifestações culturais nos primeiros dias de folia. Mais de 600 artistas de palco, agremiações e orquestras ; todos pernambucanos ; animam o público em cerca de 60 municípios, movimentando a economia local. Este ano, mais de 110 blocos e agremiações carnavalescas estão contando com o apoio do governo estadual. Foram investidos R$ 14,8 milhões.

As agremiações de Olinda resgataram a história da cidade, exaltando a tradição nordestina. A cidade conta com 12 polos espalhados pela cidade. São cerca de 250 atrações e 1,5 mil blocos para todos os gostos. Em Recife, o frevo, que completou 111 anos ontem, foi a grande estrela. Um musical sobre o ritmo marcou a abertura da festa. Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Cesar Michiles e Victor Santos estavam entre os artistas convidados.

Inclusão

Em Salvador, as ruas foram tomadas por fanfarras e bloquinhos antes mesmo do início oficial da festa. Agora, a folia também conta com os trios elétricos que arrastam multidões pela cidade inteira. Dividindo espaço, o projeto Carnaval Ouro Negro, destinado a entidades carnavalescas de matrizes africanas, credenciou 91 blocos subdivididos nas categorias afro, índio, afoxés e de samba e reggae de Salvador, com o objetivo de apoiar os desfiles nos circuitos da folia. Entre as atrações estão Olodum, Ilê Aiyê, Cortejo Afro e Filhos de Gandhy.

A primeira noite de festa, ontem, foi de samba, entidades tradicionais como Alerta Geral, Amor e Paixão e Proibido Proibir abrilhantaram o circuito Osmar. ;Desde a década de 1970 e antes dos blocos afros, os blocos de samba já existiam. Foram estes toques que fomentaram o movimento dos blocos de matriz africana. Por isso e pela força do samba que nasceu aqui e foi para o sul é que os blocos de samba merecem essa consolidação da tradição na quinta-feira de carnaval na avenida. O governo precisa fortalecer essa tradição. São nossas grandes referências nessa cidade negra;, declarou a secretária de cultura da Bahia, Arany Santana.

* Estagiária sob supervisão de Simone Kafruni

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