Emmanuel Bento - Diário de Pernambuco
postado em 04/03/2019 12:09
"Nação Zumbi e Pernambuco pertencem ao reino das coisas inseparáveis. Nessa liga, o carnaval é mais que um umbigo afetivo, é iluminação, epifania da poeira e da massa". O trecho é do jornalista cearense Xico Sá, em um texto publicado nas redes para lamentar a ausência da Nação Zumbi na programação oficial do carnaval do Recife, momentos depois da grade ter sido divulgada. Nesta semana, a lista de atrações de Olinda confirmou o que já era esperado: a banda está fora do carnaval gratuito de Pernambuco. É uma das "três ou quatro" vezes que isso ocorre, de acordo com o guitarrista Lúcio Maia, integrante da banda desde a formação original, com Chico Sience.
No estado, o grupo fará um único show nesta segunda-feira (4), no Polo da Olandas, evento privado realizado em um casarão no Varadouro, no Sítio Histórico de Olinda, a partir das 10h. Banda Eddie, Mombojó, Johnny Hooker e Liniker são outras atrações da festa, realizada do domingo até a terça-feira de folia. Nação Zumbi desembarca em Pernambuco após encerrar uma agenda que incluiu festas em prévias de capitais em que o carnaval está ascendendo, como Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP).
A banda também volta ao estado com mudanças em sua formação: Du Peixe (voz), Lúcio Maia (guitarra), Alexandre Dengue (baixo) e Toca Ogan (percussão) agora dividem palco com Tom Rocha, que assume a bateria após a saída silenciosa de Pupillo em outubro de 2018. O artista optou por mergulhar de vez na carreira de produtor musical. Nos últimos anos, esteve a frente de discos como A gente mora no agora (2017), de Paulo Miklos, Estratosférica ao vivo (2017) e A pele do futuro (2018), ambos de Gal Costa.
Após lançar Radiola NZ 1 (2017), composto por regravações de clássicos nacionais, a banda voltou ao estúdio para produzir novidades. Embora os detalhes ainda não possam ser revelados, Lúcio Maia conversou como o Viver sobre algumas outras temáticas: o atual momento da banda, a saída de Pupillo, a dificuldade de viver de arte no Brasil de hoje e a ausência nos polos de Pernambuco, com críticas ao poder público e a forma como os artistas locais estão sendo tratados.
ENTREVISTA - Lúcio Maia, guitarrista da Nação Zumbi
Você está na Nação Zumbi desde a primeira formação. Como enxerga o atual momento da banda?
Acredito que a banda está vivendo um momento bem bacana. Estamos produzindo coisa nova e vivenciando esses quase 30 anos. É um momento de maturação do que conseguimos nessas três décadas. No ramo artístico, é muito mais difícil sobreviver do que alcançar um auge. A longevidade é bem mais árdua.
A saída silenciosa de Pupillo provocou alguma alteração na rotina do grupo?
Não, porque essas baixas sempre acontecem. Estamos firmes e fortes. Isso é algo corriqueiro da vida, acontece em todos lugares: casamentos, famílias, enfim; Existe o momento em que alguém sente que já completou seu ciclo naquele grupo. Ele está no seu direito. A Nação Zumbi faz parte da minha vida, do Jorge e do Dengue. Não tem como a gente se desvencilhar disso.
Vocês tiveram uma agitada agenda de prévias pelo país. É uma consequência do crescimento do carnaval capitais do Sudeste?
Sempre foi agitada, na verdade. Já foi até mais do que agora, quando a economia era estável. A classe C e D podiam entrar nos shows, comprar discos e participar disso tudo. Atualmente, fazemos o que podemos parar estar dentro do mercado. Está muito difícil! A economia está uma droga, essas propagandas políticas por aí são todas mentirosas, sentimos o efeito disso tudo no dia-a-dia. Quando entramos em crise, a primeira coisa a ser cortada é a diversão. Está difícil até para a Ivete Sangalo, dentro do contexto dela. Por isso tantos artistas estão correndo atrás de propagandas, de vender produtos. Isso só vai crescer por termos um governo que é contra a cultura. Já vi governos, como o de Fernando Collor, que diziam que cultura era "gasto". Mas nunca vi governo ser contra a cultura como esse de agora. Ao invés disso, é a favor de armas e outras coisas que já estamos carecas de saber. Acima disso tudo, acho que o que mantém a Nação Zumbi nas programações é a história, essa longevidade.
Vocês não foram convidados para nenhum palco público em Pernambuco neste carnaval.
Pernambuco sempre foi um lugar complicado, sabe? Não estou falando de público, estou falando de tudo o que fica em volta. Sempre tem uma crítica muito forte em relação aos artistas pernambucanos. Sempre houve uma super cobrança. Vemos artistas de outros lugares sendo super valorizados dentro do mesmo âmbito, enquanto os da terra são maltratados, enxotados. De onde vem isso? De onde vem essa mania de se automutilar? De ser serviçal da cultura alheia? Preferimos ficar de fora disso tudo. Vamos tocar no Polo das Olandas, que foi algo que surgiu de última hora e nem estávamos imaginando.
Então ficar de fora da programação não foi uma decepção?
Não, porque já estávamos vendo o momento político. Essa politicagem que está envolvida no carnaval atualmente é uma coisa muito, muito estranha. Já ouvimos isso da boca de outros artistas pernambucanos que moram fora de Pernambuco e às vezes não participam por conta da política. É melhor ficar de fora do que participar disso. Para mim, a contratação é algo bem simples: contrata, paga cachê e faz show. A banda sobe e toca. Mas a política cria muito mais tópicos, tipo uns 12 pontos extras. Torna tudo uma super burocracia, todo mundo quer aproveitar para crescer em cima. Isso é muito chato. Infelizmente, essa politicagem faz com que os próprios foliões sofram com isso. São eles que ficam ali embaixo do palco, desprotegidos de segurança e da própria cultura.
A programação oficial do Recife também recebeu críticas por ser demasiadamente "repetitiva", também agregando muitos nomes de fora.
Eu não julgo as bandas de fora por tocarem todos os anos no palco do Marco Zero. O carnaval do Recife é lindo, tem uma áurea maravilhosa. No entanto, quando as bandas pernambucanas vão se inscrever para participar da programação, o poder público obriga os grupos a terem cerca 60% de membros conterrâneos. Por que do outro lado é tão frouxo? Vai um exemplo de como os artistas locais são maltratados: quando tinha confusão no dia que estávamos tocando, a culpa era nossa. Todas as atrações de fora eram isentas. No ano passado, vi briga durante o show de Jota Quest, mas nós levamos a culpa. Isso magoa muito. Nenhum representante da cultura no poder público nos defendeu na mídia local. Mas quer saber? Nós sempre demos nossa cara a capa. Essas pessoas ficam por ali quatro ou oito anos, depois assumem outros cargos relevantes, até na iniciativa privada. Nesses quase 30 anos, lidamos com diferentes tipos de gestões, de direita e de esquerda. E nós continuamos aqui. Mestre Salu deixou o legado dele. Lia de Itamaracá, quando for embora, também deixará o seu. A cultura é que continua.
Outra polêmica em torno da programação foi a ausência de ritmos da periferia, como o brega-funk, nos palcos principais.
O Fred 04, que para mim sempre foi um visionário, falou ainda nos anos 1990 que "não se pode esperar nada do Centro se a periferia está morta". Toda cultura do mundo foi criada pela periferia. A Nação Zumbi é um exemplo. As comunidades mantêm uma relação muito mais séria com a cultura, porque a classe média e classe alta estão apenas preocupadas em ganhar dinheiro e protegê-lo. Não é de agora essa tentativa de ofuscar o que vem da periferia, porque as classes dominantes ficam incomodadas quando percebem os marginalizados ascendendo. Ainda mais agora que a cultura vai ficar totalmente massacrada, sendo alimentada por esses nichos. Mas o brega-funk, por exemplo, é uma cultura de massa e vai vingar. Independe do que Bolsonaro quer ou não, a cultura da periferia vai vingar.
Como enxerga essa camarotização do carnaval do Recife?
Sou de uma época em que o Marco Zero era uma zona portuária perigosa, sem exploração. As pessoas começaram a frequentar aquela área por conta do Francis Drinks, que era uma casa de prostituição. A dona deixava a gente levar café, ouvir música lá dentro. Criamos um lugar que era super legal. Acontece que aquela geração toda começou a ir para lá, se tornou tão grande que os empresários começaram a comprar tudo em volta. Teve aquela grande revitalização, com restaurantes e shoppings. Tudo isso acontece por causa da atividade empresarial. Chego na conclusão de que o carnaval do Recife está passando por um processo similar ao da Bahia, que foi "camarotizado" por inteiro e perdeu a força. Em Salvador, quem é de classe média quer comprar camarote e abadá, os pobres ficam ;fora dos cordões;. Sabe qual o resultado disso? As brasileiros estão cada vez mais interessados no carnaval de São Paulo, porque está se igualando ao que era Recife e Salvador no passado. São muitos blocos de rua, diversos e grandes. Não tem menos de 100 mil em cada um deles.. Se continuar assim, vai piorar cada vez mais para o nosso lado.
PROGRAMAÇÃO POLO DAS OLANDAS
Domingo
Esses Boys Tão Muito Doido
Eddie, Malícia Champion, DJ Val e Escola de Samba Preto Velho.
Segunda-feira
Pode Me Chamar Que Eu Vou
Nação Zumbi, Academia da Berlinda, Mombojó, Diabo Loro e o set do DJ Rodrigo Porto.
Terça-feira
Bloco do Amor Marginal
Johnny Hooker, Liniker, Romero Ferro, Michelle Melo, DJs Ana Giza e Rodrigo Porto.
SERVIÇO
Polo das Olandas
Onde: Varadouro, próximo à Igreja e Convento de Santa Tereza (Olinda)
Quando: domingo à terça-feira, a partir das 10h
Quanto: R$ 120, à venda no Sympla
No estado, o grupo fará um único show nesta segunda-feira (4), no Polo da Olandas, evento privado realizado em um casarão no Varadouro, no Sítio Histórico de Olinda, a partir das 10h. Banda Eddie, Mombojó, Johnny Hooker e Liniker são outras atrações da festa, realizada do domingo até a terça-feira de folia. Nação Zumbi desembarca em Pernambuco após encerrar uma agenda que incluiu festas em prévias de capitais em que o carnaval está ascendendo, como Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP).
A banda também volta ao estado com mudanças em sua formação: Du Peixe (voz), Lúcio Maia (guitarra), Alexandre Dengue (baixo) e Toca Ogan (percussão) agora dividem palco com Tom Rocha, que assume a bateria após a saída silenciosa de Pupillo em outubro de 2018. O artista optou por mergulhar de vez na carreira de produtor musical. Nos últimos anos, esteve a frente de discos como A gente mora no agora (2017), de Paulo Miklos, Estratosférica ao vivo (2017) e A pele do futuro (2018), ambos de Gal Costa.
Após lançar Radiola NZ 1 (2017), composto por regravações de clássicos nacionais, a banda voltou ao estúdio para produzir novidades. Embora os detalhes ainda não possam ser revelados, Lúcio Maia conversou como o Viver sobre algumas outras temáticas: o atual momento da banda, a saída de Pupillo, a dificuldade de viver de arte no Brasil de hoje e a ausência nos polos de Pernambuco, com críticas ao poder público e a forma como os artistas locais estão sendo tratados.
ENTREVISTA - Lúcio Maia, guitarrista da Nação Zumbi
Você está na Nação Zumbi desde a primeira formação. Como enxerga o atual momento da banda?
Acredito que a banda está vivendo um momento bem bacana. Estamos produzindo coisa nova e vivenciando esses quase 30 anos. É um momento de maturação do que conseguimos nessas três décadas. No ramo artístico, é muito mais difícil sobreviver do que alcançar um auge. A longevidade é bem mais árdua.
A saída silenciosa de Pupillo provocou alguma alteração na rotina do grupo?
Não, porque essas baixas sempre acontecem. Estamos firmes e fortes. Isso é algo corriqueiro da vida, acontece em todos lugares: casamentos, famílias, enfim; Existe o momento em que alguém sente que já completou seu ciclo naquele grupo. Ele está no seu direito. A Nação Zumbi faz parte da minha vida, do Jorge e do Dengue. Não tem como a gente se desvencilhar disso.
Vocês tiveram uma agitada agenda de prévias pelo país. É uma consequência do crescimento do carnaval capitais do Sudeste?
Sempre foi agitada, na verdade. Já foi até mais do que agora, quando a economia era estável. A classe C e D podiam entrar nos shows, comprar discos e participar disso tudo. Atualmente, fazemos o que podemos parar estar dentro do mercado. Está muito difícil! A economia está uma droga, essas propagandas políticas por aí são todas mentirosas, sentimos o efeito disso tudo no dia-a-dia. Quando entramos em crise, a primeira coisa a ser cortada é a diversão. Está difícil até para a Ivete Sangalo, dentro do contexto dela. Por isso tantos artistas estão correndo atrás de propagandas, de vender produtos. Isso só vai crescer por termos um governo que é contra a cultura. Já vi governos, como o de Fernando Collor, que diziam que cultura era "gasto". Mas nunca vi governo ser contra a cultura como esse de agora. Ao invés disso, é a favor de armas e outras coisas que já estamos carecas de saber. Acima disso tudo, acho que o que mantém a Nação Zumbi nas programações é a história, essa longevidade.
Vocês não foram convidados para nenhum palco público em Pernambuco neste carnaval.
Pernambuco sempre foi um lugar complicado, sabe? Não estou falando de público, estou falando de tudo o que fica em volta. Sempre tem uma crítica muito forte em relação aos artistas pernambucanos. Sempre houve uma super cobrança. Vemos artistas de outros lugares sendo super valorizados dentro do mesmo âmbito, enquanto os da terra são maltratados, enxotados. De onde vem isso? De onde vem essa mania de se automutilar? De ser serviçal da cultura alheia? Preferimos ficar de fora disso tudo. Vamos tocar no Polo das Olandas, que foi algo que surgiu de última hora e nem estávamos imaginando.
Então ficar de fora da programação não foi uma decepção?
Não, porque já estávamos vendo o momento político. Essa politicagem que está envolvida no carnaval atualmente é uma coisa muito, muito estranha. Já ouvimos isso da boca de outros artistas pernambucanos que moram fora de Pernambuco e às vezes não participam por conta da política. É melhor ficar de fora do que participar disso. Para mim, a contratação é algo bem simples: contrata, paga cachê e faz show. A banda sobe e toca. Mas a política cria muito mais tópicos, tipo uns 12 pontos extras. Torna tudo uma super burocracia, todo mundo quer aproveitar para crescer em cima. Isso é muito chato. Infelizmente, essa politicagem faz com que os próprios foliões sofram com isso. São eles que ficam ali embaixo do palco, desprotegidos de segurança e da própria cultura.
A programação oficial do Recife também recebeu críticas por ser demasiadamente "repetitiva", também agregando muitos nomes de fora.
Eu não julgo as bandas de fora por tocarem todos os anos no palco do Marco Zero. O carnaval do Recife é lindo, tem uma áurea maravilhosa. No entanto, quando as bandas pernambucanas vão se inscrever para participar da programação, o poder público obriga os grupos a terem cerca 60% de membros conterrâneos. Por que do outro lado é tão frouxo? Vai um exemplo de como os artistas locais são maltratados: quando tinha confusão no dia que estávamos tocando, a culpa era nossa. Todas as atrações de fora eram isentas. No ano passado, vi briga durante o show de Jota Quest, mas nós levamos a culpa. Isso magoa muito. Nenhum representante da cultura no poder público nos defendeu na mídia local. Mas quer saber? Nós sempre demos nossa cara a capa. Essas pessoas ficam por ali quatro ou oito anos, depois assumem outros cargos relevantes, até na iniciativa privada. Nesses quase 30 anos, lidamos com diferentes tipos de gestões, de direita e de esquerda. E nós continuamos aqui. Mestre Salu deixou o legado dele. Lia de Itamaracá, quando for embora, também deixará o seu. A cultura é que continua.
Outra polêmica em torno da programação foi a ausência de ritmos da periferia, como o brega-funk, nos palcos principais.
O Fred 04, que para mim sempre foi um visionário, falou ainda nos anos 1990 que "não se pode esperar nada do Centro se a periferia está morta". Toda cultura do mundo foi criada pela periferia. A Nação Zumbi é um exemplo. As comunidades mantêm uma relação muito mais séria com a cultura, porque a classe média e classe alta estão apenas preocupadas em ganhar dinheiro e protegê-lo. Não é de agora essa tentativa de ofuscar o que vem da periferia, porque as classes dominantes ficam incomodadas quando percebem os marginalizados ascendendo. Ainda mais agora que a cultura vai ficar totalmente massacrada, sendo alimentada por esses nichos. Mas o brega-funk, por exemplo, é uma cultura de massa e vai vingar. Independe do que Bolsonaro quer ou não, a cultura da periferia vai vingar.
Como enxerga essa camarotização do carnaval do Recife?
Sou de uma época em que o Marco Zero era uma zona portuária perigosa, sem exploração. As pessoas começaram a frequentar aquela área por conta do Francis Drinks, que era uma casa de prostituição. A dona deixava a gente levar café, ouvir música lá dentro. Criamos um lugar que era super legal. Acontece que aquela geração toda começou a ir para lá, se tornou tão grande que os empresários começaram a comprar tudo em volta. Teve aquela grande revitalização, com restaurantes e shoppings. Tudo isso acontece por causa da atividade empresarial. Chego na conclusão de que o carnaval do Recife está passando por um processo similar ao da Bahia, que foi "camarotizado" por inteiro e perdeu a força. Em Salvador, quem é de classe média quer comprar camarote e abadá, os pobres ficam ;fora dos cordões;. Sabe qual o resultado disso? As brasileiros estão cada vez mais interessados no carnaval de São Paulo, porque está se igualando ao que era Recife e Salvador no passado. São muitos blocos de rua, diversos e grandes. Não tem menos de 100 mil em cada um deles.. Se continuar assim, vai piorar cada vez mais para o nosso lado.
PROGRAMAÇÃO POLO DAS OLANDAS
Domingo
Esses Boys Tão Muito Doido
Eddie, Malícia Champion, DJ Val e Escola de Samba Preto Velho.
Segunda-feira
Pode Me Chamar Que Eu Vou
Nação Zumbi, Academia da Berlinda, Mombojó, Diabo Loro e o set do DJ Rodrigo Porto.
Terça-feira
Bloco do Amor Marginal
Johnny Hooker, Liniker, Romero Ferro, Michelle Melo, DJs Ana Giza e Rodrigo Porto.
SERVIÇO
Polo das Olandas
Onde: Varadouro, próximo à Igreja e Convento de Santa Tereza (Olinda)
Quando: domingo à terça-feira, a partir das 10h
Quanto: R$ 120, à venda no Sympla