postado em 23/04/2008 18:50
Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais (ONGs), nesta quarta-feira (23/04), o ex-diretor-executivo da Editora da Universidade de Brasília (UnB) Alexandre Lima defendeu-se de acusações de a entidade gastou cerca de R$ 370 mil em recepções, decorações e viagens para eventos no ano passado. Ele garantiu que "apenas recebia as demandas da Reitoria" e repassava os pedidos à Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico na Área de Saúde (Funsaúde), que pagava as contas.
Os recursos desviados seriam, de acordo com denúncias do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF), oriundos de convênio firmado pela Funsaúde para executar projetos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), ógão do Ministério da Saúde. Alexandre Lima foi gestor de três convênios firmados entre essas instituições e a Fundação Universidade de Brasília (FUB). Os contratos somaram R$ 64 milhões.
Alexandre Lima contou que, em 2004, a UnB foi convidada a participar de um convênio com a Funasa, por causa da desistência de outras instituições que administravam a saúde indígena, como atividade complementar da universidade. Garantiu que o trabalho era supervisionado pela parte técnica da universidade e todas as prestações de conta eram feitas ao Conselho Indígena de Saúde da Funasa. Alexandre Lima confirmou que a mulher dele trabalha como terceirizada na editora, mas que já era funcionária do órgão há mais de 10 anos quando se casaram.
O ex-dirigente da Editora UnB garantiu que a maior parte dos recursos recebidos pela entidade era gasta na publicação de livros, mas que 2% do total de recursos do órgão ficavam retidos pela universidade como "fundo de apoio institucional". Disse ainda que sobre esses recursos a "editora não tem nenhum controle". Alexandre Lima acredita que os recursos eram do fundo de apoio institucional e que caberia à Funsaúde examinar o mérito dos gastos. "Eu apenas ordenava as despesas, não tive participação em nenhuma das compras. Para mim, eram recursos próprios da universidade. Se fosse dinheiro do convênio, as contas seriam glosadas", afirmou.
Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense, nesta quinta-feira (24/04)