postado em 29/04/2008 20:06
O choro, ritmo que consagrou Pixinguinha como um dos mestres da música popular brasileira, tem um espaço reservado em Brasília que já é referência nacional: o Clube do Choro. Hoje (29/05), o local foi transformado em patrimônio imaterial do Distrito Federal. Genuinamente carioca, agora o choro também é brasiliense.
Para um dos organizadores do festival Porão do Rock e diretor da Rádio Cultura de Brasília, Marcos Pinheiro, o tombamento do Clube do Choro como bem imaterial significa a transformação de uma cidade que, por muitos anos, foi tida como a capital do rock e que hoje reconhece a existência de outras culturas.
;Brasília foi considerada por muitos anos a capital do rock, mas também há muitos anos outras manifestações musicais têm tomado conta e Brasília tem sido pólo do choro, do chorinho, principalmente por causa do Clube do Choro e de artistas como Hamilton de Holanda e Gabriel Grossi, que estão exportando essa música de Brasília para o Brasil e para o mundo;, define.
Laços cariocas
A história do Clube do Choro se confunde com a história da própria capital. Brasília serviu como pólo de atração de pessoas de todo o país quando foi fundada, em 1960. Entre os que vieram, estavam os funcionários da administração pública federal ; que tinha sede no Rio de Janeiro (RJ). Com eles, veio o choro.
Em 1977, o então governador do Distrito Federal, Elmo Serejo Farias, cedeu o antigo vestiário do Centro de Convenções Ulisses Guimarães aos chorões que se reuniam informalmente e se apresentavam em espaços públicos. Ali se formou o clube, hoje referência nacional em ensino da música popular brasileira.
Para o secretário adjunto de Cultura do DF, Beto Sales, o reconhecimento é uma dívida paga e uma resposta ao anseio de toda a sociedade brasiliense.
;O Clube do Choro é uma das instituições mais tradicionais de Brasília e lida com uma das formas de expressão artística mais brasileiras, que é o choro, que funciona numa fronteira entre o popular e o erudito. O reconhecimento do clube nada mais é do que uma obrigação de Brasília;, defende.
O decreto foi assinado durante cerimônia na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro e contou com a presença do governador do DF, José Roberto Arruda, do ministro da Educação, Fernando Haddad, e de autoridades e artistas da cidade.