postado em 04/05/2008 15:56
Cerca de 150 pessoas reuniram-se neste domingo (04/05) em frente à Catedral de Brasília para se manifestarem a favor da legalização da maconha. O ato, batizado de Marcha da Maconha, é realizado em outras capitais do país e havia sido proibido pela Justiça de Brasília na sexta-feira. No entanto, os manifestantes começaram a se aglomerar por volta das 14h30 com faixas e cartazes a favor da descriminalização da droga.
Para conter eventual problema, 100 policiais militares acompanham o ato. Segundo o comandante Roger Chaves da 7ª Companhia de Polícia Militar Independente, não há motivo para nenhuma repressão. ;O que estamos vendo até agora é uma algomeração de pessoas discutindo idéias. Se elas de deslocarem, nós agiremos. Por enquanto, a situação é tranqüila;.
Durante a Marcha, os manifestantes deram-se as mãos, cantaram parte do Hino Nacional e deitaram-se no chão no formato da folha da maconha. Em seguida, leram o artigo 5º da Constituição Federal que fala sobre a liberdade de reunião. No momento, os manifestantes se dispersam do local, e a maioria já deixou a Catedral.
O único ato da Polícia Militar do Distrito Federal, que assistiu inerte ao movimento em prol da maconha realizado há pouco em Brasília, apesar de haver decisão judicial que proíbe a manifestação, foi uma revista frustrada a dois estudantes: Samuel Augusto e Ivan, este preferiu não falar o sobrenome. Os dois foram abordados quando saíram do manifesto, realizado na Catedral, pela Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam).
Quatro policiais, dois deles apontando armas para os estudantes, participaram da revista. Eles abriam a mochila de Ivan e examinaram a blusa de Samuel. ;Fomos detectar o que portavam para ver se tinham desenhos de apologia à droga;, afirma o sargento Valdeci, que também não quis dizer à reportagem o sobrenome. ;Valdeci é o meu nome de guerra;, restringiu-se a falar. Os estudantes Ivan e Samuel reclamaram da abordagem. ;É a primeira vez que alguém me aponta uma arma;, disse Ivan, aluno do curso de Economia da Universidade de Brasília. O sargento Valdeci abordou carros da imprensa, inclusive o do Correio, que estavam próximos ao local. Ele recolheu os nomes dos profissionais e recomendou responsabilidade na produção das matérias.