postado em 06/05/2008 17:31
Na entrada, um cachorro da raça pitbull, morto a machadadas, amarrado na cerca. De um lado, vários caminhões despejando grande de entulho. Do outro, cercas com arame farpado e mais de 160 famílias morando irregularmente, algumas há mais de 30 anos. O local não é uma invasão esquecida pelo governo, mas a realidade do Parque Ecológico Vivencial Pontes, próximo da Vila Roriz, no Gama. A pedido de um inspetor ambiental da Guarda Nacional de Proteção Ambiental, que pediu para não ser identificado, a equipe do Aqui DF foi verificar a situação do parque.
Ao chegar ao local, dois caminhões com o emblema do Governo nas Cidades, do GDF, despejavam restos de árvore, concreto e resíduos de construção em buracos dentro do parque. Por mais estranho que pareça, o objetivo não é poluir o lugar, mas salvá-lo. De acordo com a assessora de imprensa do Instituto Brasília Ambiental (órgão responsável pela execução da política ambiental no DF), Luciana Otoni, a área é vítima constante de buracos provocados pela ação de erosões. Os entulhos, nenhum prejudicial ao meio ambiente, segundo Otoni, ajudam a tampar e impedir o aumento dos buracos.
Quanto aos moradores da Vila Roriz e do Setor de Chácaras Ponte Alta Norte, além dos responsáveis por uma igreja, que invadiram o parque em vários trechos, Luciana explicou que, por conta da falta de pessoal, o órgão ainda não fez um levantamento do tamanho da invasão na área de preservação. "Verificaremos assim que possível o número de famílias invadindo o parque e as retiraremos de lá", assegurou a representante do órgão. Uma data para a retirada, entretanto, não há.