postado em 07/05/2008 18:07
O delegado chefe da 15º DP, Adval Cardoso de Matos, que investiga o incêndio ocorrido nesta terça-feira (06/05) em Ceilândia, já ouviu oito testemunhas, entre elas o pai das crianças, Washington Silva Magalhães, 24 anos, e diz que vai abrir inquérito ainda hoje.
A polícia trabalha com a possibilidade de a tragédia não ter sido um acidente. "Me causou estranheza o fato de o Washington ter sumido até a tarde de ontem", afirma Matos. "Ele apareceu depois que eu disse ao pai dele que pediria a prisão preventiva caso ele não se apresentasse para depor. E veio acompanhado por dois advogados", conta.
A versão do homem de 24 anos, que está desempregado, é de que ele estaria dormindo no quarto ao lado quando começou o incêndio. Ao sentir o cheiro da fumaça, ele teria arrombado uma das portas e resgatado a esposa, quase no mesmo momento em que os bombeiros chegaram e tiraram as crianças do quarto. "Daí ele disse que ficou desorientado e tinha medo que houvesse um mandado de prisão contra ele aqui na delegacia", afirma o delegado. Washington responde por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma, mas não é procurado.
Por enquanto, o pai das crianças e companheiro da doméstica Maria Aparecida Alves Oliveira não é oficialmente considerado suspeito. "Ele é vítima e não terá a prisão decretada. Mas as investigações podem mostrar fatos novos", resume o delegado. As perícias do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil no local do acidente podem demorar até 30 dias.
O incêndio ocorreu na tarde desta terça-feira, em um apartamento na QNM 4, conjunto A, em Ceilândia. Maria Aparecida Alves Oliveira, 20 anos, e os filhos - Leiriane de Fátima Alves, 4 anos, Pedro Neto Assis Alves, 2 anos, e Letícia Kelly Assis Alves, 7 meses, estavam no local. A mãe e a filha mais velha morreram nesta madrugada, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e as outras crianças ainda estão internadas.