Cidades

Acusado de matar Isabela Tainara será interrogado no próximo dia 21

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postado em 13/05/2008 08:36
O jovem acusado de tirar a vida da estudante Isabela Tainara Faria, 14 anos, escapou do júri popular. A 6; Vara Criminal de Brasília acatou nesta segunda-feira (12/05) a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) e julgará o ex-gari Michael Davi Ezequiel dos Santos, 21, por extorsão mediante seqüestro, seguido de estupro, morte e ocultação de cadáver. Assim, ele será submetido à Justiça comum ; o caso só seguiria para o Tribunal do Júri se a polícia e o MP tivessem entendido que o crime ocorreu com a intenção de matar e não de ganhar dinheiro. A pena pode chegar a 43 anos de prisão.

O despacho também definiu a data do interrogatório do réu. Michael prestará esclarecimentos na 6; Vara Criminal de Brasília em 21 de maio. O depoimento dele também marcará o início do julgamento do caso que completa um ano amanhã ; a menina sofreu o seqüestro no Sudoeste e acabou morta em Samambaia em 14 de maio de 2007. Só depois serão determinados os dias em que serão ouvidas as testemunhas de defesa e acusação. A previsão de promotores ouvidos pelo Correio é de que o ex-gari seja condenado ou absolvido ainda neste ano.

O processo, em parte seguido em segredo de Justiça, também será distribuído para a 12; Promotoria de Justiça Criminal. Sabe-se que ficará sob a responsabilidade da promotora Cândida Ferreira da Silva. Mas, por meio da assessoria de imprensa, ela informou que ainda não falará sobre o caso. A tese policial de extorsão mediante seqüestro, seguido de estupro e morte, havia sido confirmada pelo promotor Marcelo Borges Leite, do 2; Tribunal do Júri de Brasília, na última sexta-feira. Ao denunciar Michael à Justiça, no entanto, incluiu o crime de ocultação de cadáver.

Sem provas materiais
Diante do juiz, o ex-gari ; que permanece preso ; poderá ou não confirmar as informações prestadas nas duas confissões filmadas pela Coordenadoria de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida). Michael não descreveu o crime por completo, mas deu uma idéia do terror vivido pela menina. Disse que contou com a ajuda de um ou dois comparsas para pegar a garota no Sudoeste e ir a Samambaia. Segundo ele, a intenção era pedir resgate à família, só que quem o acompanhava teria violentado e matado Isabela.

O ex-gari ainda descreveu as roupas da vítima, o local onde ela guardava o celular (em um estojo) e a última conversa com a mãe. Interceptações telefônicas e testemunhas reunidas contra Michael tornaram-se determinantes para a conclusão do inquérito policial e a denúncia do MPDF. Mas faltaram detalhes da história, como o veículo usado no seqüestro e os nomes corretos dos parceiros de crime. Os laudos periciais feitos pela Polícia Civil também se revelaram inconsistentes. Não apontaram a causa da morte nem encontraram vestígios do acusado nos restos mortais de Isabela. As lacunas tornam o futuro do julgamento uma incógnita.

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