Jornal Correio Braziliense

Cidades

Acusado de matar modelo tem vasta ficha criminal

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Preso na noite dessa quarta-feira (14/05) por causa da morte da modelo amapaense Patrícia Melo, em 7 de janeiro de 2005, o empresário Carlos Humberto Pereira Montenegro responde a dezenas de processo cíveis e criminais. Além de ser acusado de jogar a jovem de 21 anos do 14º andar do hotel Gran Bittar, no Setor Hoteleiro Sul de Brasília, Montenegro também responde a 24 processos por falta de pagamento à Receita Federal e ao INSS, apesar de acumular uma fortuna. Na Justiça Estadual há pelo menos seis processos contra ele, arquivados, inclusive oriundos de São Paulo e Fortaleza (CE). Consta nessa relação até mesmo crime por roubo e formação de quadrilha. Montenegro é acusado ainda de ter tentado matar a ex-mulher Sâmia Soares Castro, com quem viveu oito anos, e o atual marido dela, Diano Portela. Ele também na Justiça Estadual a um processo de dívida. E é investigado pelo Ministério Público Estadual por crime contra o patrimônio público. Montenegro foi para o Amapá, segundo apurou as polícias Civil do DF e Federal, por ser amigo do governador Waldez Góes (PDT) e ligado ao grupo do senador José Sarney (PMDB-AP). Antes de Waldez Góes assumir o governo, Montenegro era um empresário falido, com dívidas e bens penhorados na Justiça. De uma hora para outra passou a ganhar licitações milionárias e começou a construir patrimônio. Comprou imóveis, carros, mansões. Carlos Montenegro criou uma empresa fantasma para participar de licitações. Ele teria usado como testa-de-ferro uma jovem de 22 anos, Cinara Coelho Cesário, que trabalhava como babá e de uma hora para outra apareceu como dona de uma empresa de segurança, com um capital de R$ 150. Ao promotor que apura a denúncia ela disse que foi Montenegro quem lhe emprestou o dinheiro e como não entende de negócios passou-lhe uma procuração com plenos poderes. A moça também trabalhou como secretária dele na Serpol. Há suspeita de que ele mantém negócios escusos com o Governo do Estado, com quem tem vários contratos de valores volumosos nas áreas de saúde e educação e que seria "apadrinhado" de Gutembergue Jácome e Jorge Luiz Grunho, o Joca. A fama do empresário do meio social de Macapá é de gostar de se relacionar com mulheres jovens e bonitas, oferecer status e bens para conquistá-las. Círculos próximos a ele dizem que é de sua praxe gastar muito com mulher e bancar farras e luxúrias.