postado em 20/05/2008 17:51
A paralisação dos rodoviários, que atingiu milhares de pessoas nesta terça-feira (20/05), terminou por volta das 16h30. Após oito horas sem circular, os ônibus voltaram a trafegar pelas ruas do Distrito Federal. Isso porque os empresários efetuaram o depósito do dinheiro da cesta básica no valor de R$ 87, que era a principal reivindicação da categoria.
Os rodoviários também conseguiram que o dia de hoje fosse abonado. Depois do depósito, eles teriam ameaçado continuar a paralisação caso as empresas de ônibus aplicassem a falta nos funcionários. Segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Lúcio Lima, a próxima reivindicação da categoria é o entendimento referente à data-base. ;O acordo venceu dia 15 de abril. Queremos manter a cesta básica e um aumento de 20% nos salários;, afirmou Lima. Ele disse ainda que caso não haja acordo haverá nova paralisação no dia 2 de junho, durante todo o dia.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Brasília, Wagner Canhedo Filho, decidiu falar sobre a mobilização por meio de nota à imprensa. E, mesmo assim, preferiu se ater unicamente aos ;problemas; dos empresários que, segundo ele, estão em dificuldades pela falta de reajuste nas tarifas dos ônibus.
Paralisação
Por oito horas, 77% de toda a frota de ônibus do DF não circularam. Funcionários das duas principais viações da Capital Federal, Planeta e Viplan, ficaram com as atividades paralisadas. Na Rodoviária do Plano Piloto, nenhum passageiro conseguiu embarcar. A plataforma inferior ficou fechada e os motoristas que entravam eram obrigados a encostar na baia e desembarcar os passageiros. Como a única alternativa era o metrô, as filas tomaram conta da bilheteria e ultrapassaram o posto de atendimento do Na Hora.
O caos se repetiu em Taguatinga e Ceilândia. A frota nas duas cidades mais populosas do DF, que fica a cargo do grupo Planeta (formado pelas empresas Satélite, Planeta, Cidade Brasília e Pioneira), ficou totalmente paralisada. Essas empresas respondem por metade dos ônibus que circulam no Paranoá, Gama e Santa Maria.
Justificativas
Na nota à imprensa, Wagner Canhedo Filho afirma que é de conhecimento da Secretaria de Transporte as dificuldades que as empresas têm enfrentado. Ele diz que há dois anos e meio a tarifa de ônibus não é reajustada no DF. Por isso, ainda segundo o empresário, o aumento do preço do óleo diesel teria influenciado no desequilíbrio financeiro no setor. O sindicato ainda afirmou que teria enviado a pauta de reivindicações dos rodoviários há mais de 20 dias ao secretário de Transportes, Alberto Fraga.
O secretário confirmou ter recebido o documento. No entanto, descarta qualquer possibilidade de aumento nas passagens de ônibus. ;Os empresários estão acostumados a manter um lucro acima do normal, mas eles têm que entender que o governo agora é outro;, afirmou.
Fraga disse ainda que esteve reunido nesta terça-feira (20/05) com o governador José Roberto Arruda para tratar do assunto. Segundo ele, o governo não irá intervir nas negociações entre os funcionários e empresários, enquanto os estudos do DFTrans sobre o setor não forem concluídos, o que deve acontecer em poucos dias. ;O Wagner (Canhedo) reclama do investimento feito na nova frota de ônibus. Mas ônibus novos nas ruas não é uma gentileza e, sim, uma obrigação. A lei diz que de sete em sete anos a frota deve ser renovada;, argumentou.