O interrogatório do acusado de matar a estudante Isabela Tainara Faria, de 14 anos, iniciou às 14h30 desta quarta-feira (21/05). Michael Davi Iziquiel dos Santos negou ter cometido o crime, em maio de 2007. Ele afirmou ter sido forçado a confessar que estuprou, matou e escondeu o corpo da menina. ;Me acusaram por ser pobre e gari;, alegou a juíza substituta da 6; Vara Criminal de Brasília, Geilza Diniz.
Michael Davi disse ainda ter sofrido agressões e ameaças de policiais no dia em que foi preso em sua casa, em março deste ano. Ele também alegou que teria ficado horas sem alimentação e água. "Falei o que eu vi nos jornais para ver ser eles (a polícia) paravam de me pressionar;, disse durante o depoimento. Há duas semanas, em coletiva à imprensa, o acusado confessou que teria levado a garota do Sudoeste até Samambaia. Ele descreveu as roupas que a menina usava: calça jeans, camisa branca e tênis.
O acusado afirmou também, no depimento desta quarta-feira, que teria ;chutado; ao delegado que a menina estava usando meias durante a violência sexual. O interrogatório não tem hora para terminar.
Michael foi acusado pelo Ministério Público pelos crimes de extorsão mediante seqüestro do qual resultou morte, estupro e ocultação de cadáver da vítima.
O CRIME
Como Isabela Tainara desapareceu?
A estudante de 14 anos sofreu um seqüestro na saída do curso de inglês nas quadras 304/504 do Sudoeste. A menina percorria os 500m que separam o local do apartamento da família, na 305.
Que dia ocorreu a morte?
Em 14 de maio de 2007. A garota foi levada a Samambaia, onde sofreu abusos e acabou assassinada.
Qual o motivo do crime?
Financeiro. De acordo com a polícia, o acusado acumulava dívidas, conhecia o Sudoeste por ter trabalhado em mutirões de limpeza e seguiu até o bairro para assaltar ou seqüestrar alguém. Encontrou Isabela.
Quem a matou?
O ex-gari Michael Davi Ezequiel dos Santos, 21 anos, segundo a polícia.
A INVESTIGAÇÃO
Quanto tempo durou o caso?
Onze meses e três semanas. A polícia concluiu o inquérito na última quarta-feira, uma semana antes de completar um ano da morte da menina.
Quais os principais elementos do caso?
Duas confissões gravadas, interceptações telefônicas e testemunhas. O ex-gari deu detalhes que, segundo a polícia, apenas quem participou do crime saberia.
Há provas materiais?
Laudos periciais não encontraram vestígios do acusado nos restos mortais da garota. Também sumiram o material escolar, o celular e parte das roupas que ela usava no dia do seqüestro.
A polícia encerrou as investigações?
A Coordenação de Crimes contra a Vida (Corvida) continuará a apurar novas informações.