postado em 21/05/2008 21:28
Dez chefes de unidades médicas do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) pediram demissão coletiva dos cargos nesta quarta-feira. Eles entregaram a carta de afastamento ao diretor geral do HRS, Carlos Augusto Nasciutti Veloso nesta tarde. Os chefes de unidades estão insatisfeitos com o corte de 30% das horas-extras, a diminuição do plantão de 18h para 12 horas ininterruptas e a proibição dos médicos em cargos de chefia terem de cumprir horas-extras.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMed-DF), César Galvão, afirma que o corte determinado pela Secretaria de Saúde afetou os plantões na emergência dos hospitais do DF . ;A decisão prejudicou o fechamento das escalas de plantão. Está impossível escalar os médicos sem que haja buracos. A redução no plantão afetou em quase 90% os níveis de emergência do Pronto-Socorro do HRS ;, afirma. Galvão disse ainda que os chefes de unidades teriam sugerido à Secretaria a contratação de novos médicos. ;Existe um banco de profissionais que passaram no último concurso e que aguardam serem chamados;, alega.
No entanto, o subsecretário de Atenção à Saúde, João Luiz Arantes, rebateu as afirmações da categoria. Segundo ele, antes de anunciar a redução ; ocorrida no início deste mês ; os diretores de todos os hospitais regionais do DF foram consultados. ;Chamei diretor por diretor antes de o governo assinar o decreto (publicado em 8 de maio) e cortamos juntos as horas-extras, sem que houvesse prejuízo no atendimento de emergência;, garante.
Arantes também alega que nem todos os hospitais tiveram cortes. ;Cortamos onde dava para cortar. No Recanto das Emas, no Hospital de Apoio e em Ceilandia não tivemos cortes de horas-extras e plantão;, justifica. Para o subsecretário, a repercussão é pequena. ;Em Sobradinho temos 380 médicos e cerca de 10 ocupam cargos de chefia. Ou seja, a insatisfação é de poucos;, critica.
De acordo com o subsecretário, a medida de redução foi de iniciativa da Procuradoria-Geral do DF, que proibiu as horas-extras dos cargos de chefia por entender que estes já recebiam uma gratificação nos salários. Arantes também garantiu que a população não sofrerá nenhum prejuízo nos atendimentos, principalmente, os de emergência.
Os chefes de unidades só poderão deixar a função após publicação no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Os de Sobradinho ocupam as áreas de ortopedia e traumatologia, anestesiologia, emergência, ginecologia e obstetrícia, neonatologia, clínica médica, cirurgia geral, terapia intensiva, nefrologia e pediatria.
As medidas de contenção de despesa do GDF também afetaram os médicos de Taguatinga. Há alguns dias, quatro chefes de unidade do hospital também pediram demissão: os chefes da cardiologia, clínica médica, ortopedia e UTI pediátrica, além do chefe do Banco de Leite e o gerente do Centro de Saúde nº 8.