Cidades

Documentos da Editora UnB são apreendidos em quitinete

;

postado em 22/05/2008 08:36
Agentes da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) devem terminar segunda-feira (26/05) a análise de pilhas de documentos apreendidos em uma quitinete do Sudoeste, pertencente ao ex-diretor-executivo da Editora Universidade de Brasília (UnB), Alexandre Lima. O material foi apreendido pelo Ministério Público e Polícia Militar do Distrito Federal, na noite de terça-feira (20/05), quando Lima e parentes enchiam um caminhão com móveis e a papelada. Ele deixou o cargo em março sob suspeita de desvio de dinheiro público. Responde a ações por enriquecimento ilícito e improbidade administrativa. A apreensão de terça-feira ocorreu com base em mandado expedido pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Brasília, Waldir da Paz Almeida. Ele atendeu pedido do promotor Ricardo de Souza, do Ministério Público do DF, que investiga desde o fim do ano passado as contas da UnB e das fundações ligadas à universidade. ;Recebemos uma denúncia e fomos conferir. Remeti o material à 2ª DP porque lá já há um inquérito de ocultação de documentos contra o senhor Alexandre Lima;, disse o promotor, sem detalhar o que havia nas seis caixas de documentos apreendidos. O delegado Antônio Romeiro, chefe da 2ª DP, afirmou não ter como dizer se entre a papelada enviada pelo MP há indícios de crimes. ;É muita coisa. Nas caixas há fotos de família e alguns documentos de empresas. Vamos levar pelo menos três dias para separar tudo;, explicou. Alexandre Lima teve movimentação financeira incompatível com as declarações de renda apresentadas em 2004, 2005 e 2006. Ele aumentou o rendimento em sete vezes de um ano para outro. As informações constam em ação de improbidade administrativa tocada pelo Ministério Público Federal desde o fim do ano passado. Procuradores da República denunciaram Lima à Justiça pelo mesmo tipo de crime, em janeiro último, por causa da contratação de funcionários fantasmas. No processo ainda em curso, procuradores federais deixam claro a desconfiança de que Alexandre Lima enriqueceu com verbas da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio de convênio assinado com a Fundação Universidade de Brasília (FUB), em 2004. A Editora UnB usou dinheiro que deveria ser destinado à melhoria do atendimento à saúde dos povos indígenas para financiar a viagem por Japão, Taiwan e Coréia do Sul, de ao menos seis pessoas sem vínculos com a universidade. Entre elas, o casal dono da Faculdade Michelângelo, instituição de ensino particular do DF. O grupo fazia parte da comitiva do então vice-reitor da UnB, Edgar Mamiya, durante visita aos três países, em outubro do ano passado. Cada um dos 11 acompanhantes ganhou R$ 10,5 mil por 15 diárias. E um dos donos da Michelângelo recebeu o dinheiro mesmo sem ter viajado.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação