Cidades

Fraga diz que não vai interferir na negociação, mas descarta reajuste de tarifas

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postado em 01/06/2008 14:48
O Secretário de Transportes do Distrito Federal, Alberto Fraga, lamentou o anúncio de paralisação dos rodoviários, decidido em assembléia realizada neste domingo (01/06). "O Governo não tem o poder de interferir na negociação entre empresários do transporte público e rodoviários. No entanto, estamos tentando ajudar para evitar o confronto social", desabafou Fraga, que garante ter tentado evitar o movimento. Uma das reclamações dos empresários é relativo ao aumento dos custos operacionais. Fraga afirmou que o governo estuda a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível, como forma de reduzir essas despesas das operadoras dos ônibus no DF. A alta do diesel é uma das justificativas das empresas para conseguir o reajuste do preço das passagens. Contudo, os rodoviários e o próprio governo não aceitam tal argumentação, pois o número de usuários aumentou com o combate feito ao transporte pirata. Por isso, Fraga garante que a tarifa não vai subir. O secretário considera justas as exigências dos rodoviários, mas teme o aumento de veículos piratas. "Estou tirando de 25 a 30 carros ilegais por dia das ruas. A tendência agora é o retorno desse transporte", afirmou. E é justamente dos meios clandestinos de transporte que a população precisará se valer nesta segunda-feira. O casal de namorados Rafael de Araújo, 25 anos, e Tatiana Pereira, 27, precisarão pagar pela carona de algum motorista dispostos a levá-los ao trabalho. "Vou na fé dos clandestinos", disse Araújo, morador do Guará. "Acho as reivindicações justas, mas a sociedade não tem nada a ver com isso", avaliou Tatiana, moradora da Ceilândia. O empresário Flávio Carvalho, dono de duas franquias da rede Spoletto, em Brasília, estuda se juntar com outros franqueados para fretar um ônibus caso a greve comece de fato. Hoje, ele se prepara para entrar na cozinha com os sócios e botar, literalmente, a mão na massa. "Uma paralisação como essa prejudica muito, mas é justa", disse. Um diretor do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo e Passageiros do DF, que pediu para não ter seu nome citado na reportagem, afirmou que os patrões estão abertos para negociação, mas não poderão conceder reajuste salarial. "Não temos como pagar este aumento", afirmou. Ele se declarou surpreso com a opção pela greve contrariando a determinação judicial. O sindicato patronal, disse ele, vai combater a paralisação na Justiça. A equipe do Correio Braziliense não conseguiu entrar em contato com o presidente do Sindicato Patronal, Wagner Canhedo

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