postado em 02/06/2008 09:13
A capital acordou sem ônibus nesta segunda-feira (02/06). Segundo a Polícia Militar, todos os nove mil motoristas e cobradores paralisaram as atividades. Dentre as reivindicações, estão o reajuste salarial de 20%, a redução da jornada de trabalho de 40 horas semanais para 36, o fim das cobranças relativas a assaltos (motoristas e cobradores arcam com a prejuízo causado pelos bandidos) e o fim da meia jornada (os rodoviários realizam de uma a quatro horas-extras por dia).
Desde as primeiras horas da manhã, veículos do sistema de transporte alternativo e vans piratas, além de carros de passeio, atendem aos passageiros nas paradas. Em Ceilândia, as paradas de ônibus do setor P Sul ficaram cheias de passageiros, mas no Setor O, em Samambaia, Recanto das Emas e Santa Maria a situação é tranqüila.
O metrô começou a rodar mais cedo, às 6h, para suprir as necessidades dos usuários. A expectativa era de que o movimento fosse dobrar, mas o aumento no número de passageiros, até agora, é de 30% a 40%. "Colocamos os 17 trens na rua e não tivemos registro de confusão. A preocupação agora é para a volta, que é mais centralizada", diz o diretor de Operações do Metrô, José Dimas. As estações com as maiores filas para comprar passagens são as de Samambaia e a do Guará.
Liminar da Justiça
A decisão de paralisar as atividades foi ratificada neste domingo (01/06) em assembléia que contou com 4 mil pessoas, conforme afirma o Sindicato dos Rodoviários do DF. Os trabalhadores anunciaram ainda que toda a frota iria parar. A decisão contraria liminar expedida pela Justiça, a pedido do procurador do Ministério Público do Trabalho Valdir Pereira da Silva, que exige que 60% dos veículos de cada linha permaneçam circulando. Cientes da obrigação de pagar a multa ; que é R$ 100 mil por dia -, motoristas e cobradores autorizaram o Sindicato a recolher o equivalente a um dia de trabalho de seus salários.
A versão do presidente do sindicato, Saul Araújo, é outra na manhã desta segunda-feira (02/06). Ele garante que a orientação é de que a liminar da Justiça seja acatada, mas muitos trabalhadores estão apreensivos em ir para as ruas: "Tem motorista e cobrador com medo de sair porque a população pode se tornar hostil já que há falta de ônibus". Saul confirma, entretanto, que se as negociações não avançarem, a partir da próxima segunda-feira (09/06) uma greve geral será deflagrada por tempo indeterminado. "Nós demos todos os prazos e tivemos toda a vontade de negociar com os empresários, mas é difícil", lamenta. Ele afirma que amanhã o movimento será normal.