postado em 05/06/2008 08:26
As três últimas medidas do pacote lançado pelo governo há uma semana para conter a violência no trânsito e reduzir os engarrafamentos nas vias do Distrito Federal serão colocadas em prática nesta quinta-feira (05/06). Preocupado com o alto número de mortes em acidentes nos primeiros meses do ano (107 pessoas só até março), o governador José Roberto Arruda lança uma campanha educativa para conscientizar motoristas sobre os perigos da imprudência ao volante. Na solenidade, Arruda assinará um decreto proibindo a circulação de carretas e caminhões na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) nas horas de pico. O Diário Oficial do DF publicado hoje também traz novidades: os horários de cargas e descargas de veículos no Plano Piloto está reduzido.A ordem de serviço que regulamenta a carga e descarga foi assinada ontem pelos diretores dos departamentos de Trânsito, Jair Tedeschi, e de Estradas e Rodagem (DER), Luiz Carlos Tanezini. Os caminhões que abastecem o comércio das entrequadras só poderão fazer entregas das 8h30 às 11h, das 14h às 17h e das 20h às 7h do dia seguinte. A medida começa a valer hoje, mas o GDF dará prazo de 30 dias (até 6 de julho) para as lojas se adaptarem ao novo horário.
O trânsito de veículos pesados na EPTG no sentido Taguatinga/Plano Piloto entre 6h30 e 9h e no sentido Plano Piloto/Taguatinga das 17h30 às 20h também estará proibido a partir de 6 de julho. Até lá, os agentes do Detran, do Batalhão de Trânsito (BPTrans) e da Companhia de Polícia Militar Rodoviária (CPRv) orientarão os motoristas sobre os caminhos alternativos a serem seguidos: a Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) e a via Estrutural.
As medidas fazem parte do pacote lançado pelo governo para aumentar a fluidez no trânsito. Desde a última quinta-feira, agentes do Detran e da PM intensificaram a vigilância sobre os motoristas que estacionam em local proibido, o que também diminuirá os engarrafamentos. O GDF fez um remanejamento dos fiscais, tirando-os do serviço administrativo, e 180 homens a mais estão nas ruas.
;As medidas adotadas estão dando resultado. Infelizmente, o número de multas aplicadas é muito grande, pois as pessoas não querem obedecer à sinalização;, afirmou o secretário de Transportes, Alberto Fraga, sem apresentar um balanço sobre as multas aplicadas.
A campanha educativa será permanente e atualizada periodicamente. A partir de hoje, propagandas que incentivem o uso do cinto de segurança ou desestimulem o consumo de bebida alcoólica pelos motoristas serão veiculadas em jornais, rádios e televisões. Além disso, cadeirantes farão entregas de panfletos nos postos de combustíveis. ;Eles aproveitarão para conversar com os motoristas, porque muitos deles são vítimas de acidentes de trânsito;, ressaltou Fraga.
Microônibus
Para melhorar o trânsito caótico do DF, o governo também quer convencer os cidadãos a deixar o carro em casa e apresentou a primeira medida concreta nesse sentido ontem, na Asa Sul. A faixa central do Eixão foi tomada por 210 microônibus que substituirão as vans do transporte alternativo, proibidas de circular desde abril de 2007. Até amanhã, mais 140 veículos serão entregues às cooperativas e empresas que venceram a licitação realizada pelo GDF. Levará pelo menos 15 dias para os microônibus serem emplacados e receberem validadores eletrônicos, que permitem ao usuário do cartão Fácil pagar R$ 3 para pegar dois meios de transporte: microônibus e metrô ou ônibus.
O DF terá 600 microônibus até o fim do ano. Eles ocuparão o espaço deixado pelas vans, mas não farão as mesmas linhas dos ônibus convencionais. ;Cada microônibus gera de oito a 10 empregos diretos e indiretos. Estamos criando, portanto, três mil postos de trabalho com carteira assinada, ao contrário do que acontecia com as vans;, afirmou o governador. Hoje existem 14 desses terminais em todo o DF. O plano do governo é reformar todos eles e construir mais 17.
Quatro cooperativas que reúnem ex-donos de vans alternativas, que diziam não ter chances em uma licitação contra grandes empresas, ganharam lotes na concorrência depois que o GDF excluiu do processo empresas que já detivessem 30% da frota do transporte público local. Com isso, apenas uma empresa, a MCS, conseguiu arrematar um dos lotes.