postado em 05/06/2008 20:02
O impasse entre rodoviários e patrões continua nesta sexta-feira (06/06). Após a intervenção, sem sucesso, do Ministério Público do Trabalho (MPT) a vez agora é do Governo do Distrito Federal (GDF). Nesta quinta-feira (05/06), o governador do DF José Roberto Arruda se reuniu com os sindicatos dos rodoviários e empresários em busca de uma solução. Mas, até que tudo se resolva, motoristas e cobradores mantêm a posição de entrar em greve, por tempo indeterminado, nesta segunda-feira (09/06).
Por quase uma hora, Arruda esteve com empresários e a categoria, no entanto, sem avançar nas discussões. Isso porque o governador alegou não ter em mãos informações suficientes do sistema de transporte público. ;O governador disse que precisava de mais dados do que os disponíveis para fazer uma proposta concreta;, conta Saul Araújo, presidente do Sindicato dos Rodoviários. Arruda solicitou os documentos aos assessores e remarcou a reunião para as 16h40 desta sexta-feira, na residência oficial de Águas Claras.
Mesmo sem nenhuma solução apresentada, os rodoviários saíram otimistas da reunião. Arruda e o secretário de Transportes, Alberto Fraga, afirmaram que há condições de aumento do salário dos profissionais sem que, para isso, seja necessário aumentar a tarifa das passagens de ônibus. Porém, o presidente do Sindicato Patronal,Wagner Canhedo, não ficou satisfeito. "Foi ruim. O homem (Arruda) não quer dar o aumento da tarifa", limitou-se a dizer.
Arruda disse, ainda, durante a reunião que pretende fazer de tudo para beneficiar as duas partes, por enquanto. ;Mas a regra do governo é a seguinte: tudo o que pode ser feito, fazer antes da greve. Depois que entrar em greve nem uma vírgula a mais, demore o tempo que demorar;, garante. O governador também ameaçou a categoria ;Eu espero que cheguem num bom acordo. Mas se não chegarem e entrarem em greve ninguém vai ter aumento, vão sair com uma mão na frente e outra atrás;, atacou.
Na avaliação do governo a retirada das vans é uma fonte extra de receita das empresas, de modo que seria desnecessário um aumento na tarifa. Ainda assim, Arruda ofereceu aos empresários a diminuição dos impostos que pesam sobre o óleo diesel para buscar um entendimento.
Uma assembléia, com indicativo de greve, foi marcada para este domingo (8/06), no estacionamento do Conic. A categoria reivindica, entre outros benefícios, aumento de 20% nos salários e a redução da carga de trabalho de 6h40 para 6h diárias. O Ministério Público do Trabalho apresentou a proposta final para a categoria de reajuste salarial de 6%, que não agradou patrões e nem funcionários. Wagner Canhedo tem afirmado constantemente ser impossível conceder o aumento de salário sem que a tarifa, não reajustada há dois anos, suba.